A proposta de cassação teve um caráter unificado, resultado de uma articulação liderada por Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, e pela deputada Fernanda Melchionna, do PSOL. Juntos, eles foram responsáveis pela entrega do protocolo de reivindicações ao presidente da Casa, Hugo Motta. Durante o ato, foi unânime a reprovação à decisão de transferir a liderança da minoria para Eduardo Bolsonaro, mesmo diante de suas frequentes ausências nas sessões. Melchionna, em seu discurso, apresentou sua renúncia à liderança como uma forma de transferir a responsabilidade e expressou indignação: “É um escândalo esse cara continuar como deputado fantasma, recebendo recurso público para ser candidato novamente.”
A pressão por parte dos parlamentares deve ir além das manifestações públicas. Lindbergh Farias anunciou que a mobilização também incluirá ações junto à Procuradoria-Geral da República, com a intenção de pedir formalmente a cassação do deputado. Ele enfatizou a determinação da oposição em não deixar o caso cair no esquecimento, prometendo fazer cobranças semanais no plenário: “A gente não vai esquecer isso um dia sequer. Vamos cobrar toda semana no plenário a cassação de Eduardo Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro, cassado já!”, proclamou.
A estratégia do movimento prevê ainda a continuidade das mobilizações e atos em todo o país, com novas coletas de assinaturas e protestos, visando intensificar a pressão pela perda do mandato de Eduardo Bolsonaro. O esforço conta com o apoio de diversas frentes políticas, simbolizando uma união em torno de objetivos comuns e um forte clamor popular pela responsabilização de parlamentares. O ato no Salão Verde não apenas evidenciou a insatisfação com Eduardo Bolsonaro, mas também se consolidou como um marco na luta por transparência e dedicação no exercício do cargo público.