Essa contratação é o foco da operação Emendafest, que realizou mandados de busca e apreensão para investigar desvios envolvendo emendas parlamentares. Até o momento, nenhum parlamentar está sendo investigado, mas o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, enfatizou a necessidade de apurar todos os autores das emendas, além do deputado Afonso Motta, do PDT-RS.
O assessor de Motta, Lino Furtado, foi um dos alvos da operação da PF, que está investigando R$ 1 milhão em repasses feitos pelo deputado. Conforme informações da PF, Furtado teria participado de conversas com Cliver Fiegenbaum sobre o pagamento de propina para garantir a liberação das emendas ao Hospital Ana Nery.
Além de Motta, outros parlamentares também direcionaram emendas para o hospital gaúcho depois da contratação do lobista, que cobrava 6% do valor da verba. Entre eles, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão foi o que mais destinou recursos, com um valor de R$ 400.000 em 2024.
Os demais parlamentares que fizeram empenhos para o hospital foram o senador Paulo Paim (PT-RS), os deputados Pompeo de Mattos (PDT-RS), Maria do Rosário (PT-RS), Bohn Gass (PT-RS), e Bibo Nunes (PL-RS). Os valores empenhados variaram de R$ 100.000 a R$ 380.000.
Em defesa de suas ações, os parlamentares envolvidos negaram qualquer irregularidade nos repasses e afirmaram não receber intermediários para a destinação de emendas. Eles alegaram que suas ações visavam atender solicitações do hospital para compra de equipamentos e materiais. A coluna buscou contato com os congressistas citados, mas não obteve retorno até o momento.