A concessão da hidrovia no rio Madeira, que está sob análise da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), afetaria um trecho de 1.075 quilômetros entre Porto Velho (RO) e a foz do rio Amazonas, atingindo 11 municípios. A expectativa é que, uma vez concedida, a hidrovia se torne a principal rota de escoamento de grãos produzidos em Rondônia e Mato Grosso.
Segundo o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery Machado Filho, o projeto não deve onerar os passageiros e pescadores que trafegam pelo rio Madeira. A tarifa estimada em R$ 0,80 por tonelada seria cobrada apenas dos grandes transportadores de soja, milho, fertilizantes e combustíveis, deixando isentos os demais usuários, como os ribeirinhos, pescadores e passageiros que transportem pequenas cargas.
O presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (Abani), Claudomiro Carvalho Filho, defendeu a concessão da hidrovia, argumentando que o desenvolvimento da navegação interior é essencial para o país. Ele ressaltou a importância de se pagar pelo serviço para garantir a disponibilidade da infraestrutura necessária.
Entretanto, alguns parlamentares levantaram preocupações em relação aos custos e à viabilidade da concessão. O senador Jaime Bagattoli alertou para o risco de reajustes na tarifa projetada pela Antaq, enquanto o senador Zequinha Marinho questionou a possibilidade de o Ibama conceder a licença ambiental necessária para a hidrovia.
Diante das diversas opiniões e preocupações levantadas durante a audiência pública, o presidente da CI, senador Confúcio Moura, destacou a importância de observar as reações dos parlamentares e da população para decidir o futuro da concessão hidroviária no rio Madeira. A incerteza em relação a esse novo empreendimento traz preocupações, mas também desperta interesse em Rondônia.
