A escolha de Paraty como sede para esse encontro não foi aleatória. Em 2019, a cidade recebeu, juntamente com Ilha Grande, o reconhecimento da Unesco como Sítio Misto do Patrimônio Mundial. A região abriga comunidades indígenas, quilombolas e caiçaras que têm como sustento a relação sustentável com a natureza, por meio da pesca artesanal e do manejo adequado dos recursos naturais.
A pauta do evento está concentrada na integração dessas diferentes formas de conhecimento, com o intuito de enfrentar desafios globais, como as mudanças climáticas, a segurança alimentar e as desigualdades sociais. Além disso, o encontro ressalta a importância dos povos tradicionais na preservação da biodiversidade, pois áreas de biomas globais mais bem preservadas costumam ser aquelas protegidas por essas comunidades.
Vagner do Nascimento, membro do colegiado de coordenação do Fórum de Comunidades Tradicionais e coordenador do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina, destaca a relevância desse evento, que proporciona às comunidades a oportunidade de discutir temas como racismo ambiental, mudanças climáticas, direito ao território e à cultura. Além disso, ele enfatiza a importância de buscar soluções por meio de tecnologias ancestrais e sociais para enfrentar os desafios do futuro.
Ao longo do encontro, serão realizadas mais de 40 atividades, incluindo mesas de debates, oficinas, vivências e visitas de campo, todas organizadas em torno de cinco eixos temáticos que visam promover a troca de experiências e conhecimentos entre os participantes de diferentes nacionalidades e origens culturais.