Parada do Orgulho LGBT+ em São Paulo destaca desafios da terceira idade e luta contra o etarismo e a exclusão social na comunidade LGBTQIAPN+.

No último domingo, 22 de outubro, a Avenida Paulista, um dos cartões-postais de São Paulo, foi invadida por cores, música e um importante clamor por justiça social: a 29ª edição da Parada do Orgulho LGBT+. Com o tema “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, a manifestação deste ano direcionou seu foco para a realidade frequentemente negligenciada das pessoas LGBTQIAPN+ na terceira idade.

Este evento, que já se consolidou como um dos maiores do mundo em defesa dos direitos da população LGBT+, trouxe à tona discussões pertinentes sobre etarismo, um preconceito ainda comum na sociedade. O envelhecimento da comunidade LGBT+ muitas vezes é marcado por solidão e isolamento, já que muitos dos idosos enfrentam barreiras invisíveis que dificultam seu acesso a serviços de saúde e suporte emocional. A falta de políticas públicas direcionadas a essas pessoas evidencia uma lacuna na proteção de seus direitos, deixando muitos se sentindo obrigados a esconder sua orientação sexual tanto dentro de suas famílias como em instituições que deveriam oferecer acolhimento.

Os organizadores ressaltaram a importância de criar uma sociedade mais inclusiva, que respeite a diversidade etária e sexual. “O respeito e o acolhimento são fundamentais, principalmente para aqueles que, após décadas de luta, continuam a enfrentar a exclusão ao envelhecer”, afirmaram em um discurso durante a manifestação. As histórias de vida de muitos participantes trouxeram à luz a resiliência e a coragem de um grupo que, apesar das adversidades enfrentadas ao longo do tempo, nunca deixou de lutar por igualdade e representação.

O evento também contou com a participação de diversos artistas e apoiadores, que atuaram em uníssono para enfatizar que todos merecem dignidade, independentemente da idade ou orientação sexual. A Parada do Orgulho LGBT+ deste ano, assim, não apenas celebrou a pluralidade da comunidade, mas também lançou um olhar crítico e necessário sobre questões que muitas vezes se tornam invisíveis na agenda pública. A mensagem que ressoou na Avenida Paulista foi clara: a luta por direitos e dignidade não tem prazo de validade, e cada fase da vida merece ser vivida plenamente e com respeito.

Sair da versão mobile