A cientista Elizaveta Linkevich, que atua na república da Carélia, no noroeste da Rússia, destaca que a pesquisa em pântanos é essencial para entender melhor esses processos. A partir da década de 1990, a região começou a monitorar os gases de efeito estufa liberados pelas superfícies dos pântanos, e os resultados recentes indicam que o aumento das temperaturas e as alterações na quantidade de precipitação estão alterando as emissões de gases.
O verão de 2024 foi um período particularmente crítico para a região, estabelecendo recordes de temperatura e precipitação abaixo da média. Essas condições climáticas extremas resultaram em um aquecimento do solo de até 90 cm de profundidade e uma queda significativa no nível das águas subterrâneas. Linkevich e sua equipe observaram que o aumento na temperatura, combinado com a diminuição da umidade e o aumento da exposição solar, contribuiu para um aumento nas taxas de emissão de dióxido de carbono.
Os pesquisadores empregam estações meteorológicas específicas para mapear como a temperatura e a umidade variam nas diferentes camadas do solo durante a estação de crescimento das plantas. Esse monitoramento permitirá identificar quais fatores são mais relevantes para as emissões de gases de efeito estufa. Linkevich planeja, no futuro, expandir essas investigações para analisar mais detalhadamente a atividade dos microrganismos presentes na turfa e sua relação com as emissões de metano.
Estudar os pântanos e suas complexas interações com o clima é fundamental, especialmente em um contexto de mudanças climáticas aceleradas. Com isso, espera-se desenvolver estratégias que ajudem a mitigar os efeitos adversos dessas transformações no meio ambiente global. O trabalho em andamentos nesta linha é uma contribuição essencial para o monitoramento contínuo e para a formulação de políticas ambientais eficazes.
-
-
-
-
