O professor Dax Toscano, da Universidade Central do Equador, destacou a determinação do povo panamenho em defender sua dignidade e soberania diante das chamadas “bravatas” de Trump. Segundo Toscano, as ameaças do presidente americano não têm fundamento legal, pois ignoram tratados internacionais que regulam a administração do canal, como os Tratados Torrijos-Carter, firmados em 1977, que garantiram a devolução do canal ao Panamá em 1999.
Trump, em suas afirmações, parece ter esquecido a história recente entre os dois países, especialmente a invasão do Panamá em 1989, que resultou na morte de mais de dois mil panamenhos. Para Toscano, essa persistência da pressão americana sobre o Panamá reflete um comportamento de “valentão”, onde Trump expressa uma visão distorcida de domínio sobre a América Latina.
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, também se manifestou, reiterando que o Canal do Panamá “é panamenho e continuará sendo”. Ele criticou Trump, enfatizando que a soberania e a integridade territorial são “não negociáveis”. Sua posição foi claramente expressa em uma postagem na rede social X, onde afirmou que a via interoceânica não está à venda e deve permanecer sob controle panamenho.
As declarações de Trump e a resposta robusta do governo panamenho reacenderam as discussões sobre a soberania nacional e a história complexa entre os dois países. As tensões revelam não apenas uma questão territorial, mas um embate ideológico que remete a um passado de conflitos e disputas por poder na região. A população panamenha, com sua rica história e identidade nacional, demonstra que está disposta a lutar por seus direitos e interesses.