A decisão de não renovar o acordo com a China sinaliza um movimento estratégico do Panamá em resposta a pressões externas, especialmente dos EUA. Na reunião onde Mulino e Rubio discutiram o assunto, o secretário de Estado expressou a posição do governo norte-americano, que vê com preocupação o crescente envolvimento chinês na região, particularmente em torno do Canal do Panamá, que é um ponto crucial para o comércio marítimo global. As ameaças implícitas à soberania e ao controle do canal foram determinantes na postura do líder panamenho.
Este desdobramento revela um acirramento nas tensões geopolíticas entre os EUA e a China na região da América Central. A presença chinesa tem sido uma preocupação crescente nos EUA, que buscam reafirmar sua influência em áreas historicamente dominadas por sua política exterior. A mensagem é clara: Washington não pretende deixar a China expandir seu alcance em um ponto estratégico como o Panamá, que tem um papel fundamental no comércio internacional.
Essas tensões refletem um cenário mais amplo de competição geopolítica, com países em desenvolvimento, como o Panamá, navegando cuidadosamente entre duas potências globais. A decisão do Panamá pode ser vista como uma tentativa de manter uma posição favorável enquanto favorece investimentos que sejam menos suscetíveis a pressões externas. Resta saber como essa nova postura afetará as relações econômicas e políticas do Panamá, tanto com a China quanto com os EUA, em um mundo cada vez mais interconectado e competitivo.