O Canal Seco será uma extensão do canal marítimo existente e utilizará a infraestrutura já existente de estradas, ferrovias, portos, aeroportos e zonas francas. O projeto não demandará investimentos significativos, uma vez que fará uso dos recursos disponíveis de forma mais eficiente.
Rodolfo Samuda, diretor de Assuntos Logísticos do Ministério da Presidência, explicou que o novo canal operará em uma “jurisdição aduaneira especial”, visando simplificar os procedimentos para o transporte terrestre de cargas através do istmo. O presidente panamenho, Laurentino Cortizo, já promulgou o decreto que cria essa nova jurisdição.
Guillermo Salazar, diretor do Instituto Estadual de Planejamento do Desenvolvimento, ressaltou a importância do Canal Seco como complemento ao Canal do Panamá, que atualmente enfrenta restrições operacionais devido à escassez de água. A seca causada pelo fenômeno El Niño levou a uma redução no tráfego de navios no canal, afetando significativamente o comércio marítimo global.
Com 80 quilômetros de extensão e eclusas para elevação de navios, o Canal do Panamá é responsável por movimentar 6% do comércio marítimo mundial. No entanto, a redução do calado dos navios e o menor número de embarcações em trânsito evidenciam a necessidade de alternativas para garantir a eficiência logística na região.
O projeto do Canal Seco foi apresentado a representantes diplomáticos e de organismos internacionais, demonstrando o compromisso do governo panamenho em manter a competitividade e o desenvolvimento econômico do país. Com essa iniciativa inovadora, o Panamá busca se posicionar como um importante centro logístico global, facilitando o transporte de mercadorias entre os oceanos e impulsionando a economia regional.