Palmeira dos Índios destaca-se como a líder inesperada na produção leiteira em Alagoas, consolidando um faturamento impressionante de aproximadamente R$ 90 milhões. Este feito é particularmente surpreendente, considerando que a cidade não integra a tradicional Bacia Leiteira do estado, composta por Batalha, Major Izidoro e Olho d’Água das Flores. Esse sucesso se deve, em grande parte, à força de uma rede de pequenos produtores que abastecem o município.
Embora Palmeira dos Índios tenha se firmado como líder do setor, os maiores produtores individuais de leite no estado ainda estão concentrados na Bacia Leiteira. Paulo Amaral, de Major Izidoro, lidera com uma receita anual de cerca de R$ 11 milhões. Em Olho d’Água das Flores, Luiz Antônio dos Anjos mantém uma produção diária de 13 mil litros, rendendo R$ 10,5 milhões por ano. Já em Batalha, o governador Paulo Dantas está em terceiro lugar com um faturamento anual de R$ 10,3 milhões, sustentado pela produção diária de 12.700 litros de leite.
Paulo Dantas, além de seu cargo político, desempenha um papel relevante no setor leiteiro, vindo de uma família tradicional nesse ramo e sendo um dos principais promotores da ExpoBatalha, um evento crucial para a economia local. Esse festival não só celebra a produção leiteira, mas também gera oportunidade de networking e fortalece a visibilidade dos produtores da região.
Apesar da proeminência de grandes produtores na Bacia Leiteira, os pequenos produtores de Alagoas desempenham um papel fundamental, sendo responsáveis pela maior parte da produção de leite no estado. A Unidade de Beneficiamento de Leite de Batalha (UBL), operando desde 2022 e pertencente à Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), tem sido um pilar de apoio para esses pequenos empreendedores. A UBL, com investimentos superiores a R$ 50 milhões, está equipada com tecnologia de ponta e uma capacidade ampliada de produção, incluindo a única planta de leite em pó da agricultura familiar no Norte e Nordeste do Brasil.
A UBL tem uma significativa participação no mercado de compras públicas, movimentando mais de R$ 40 milhões anuais em fornecimento de produtos para a merenda escolar, o que reforça a importância da cooperação entre o setor produtivo e as políticas públicas para o desenvolvimento regional e a sustentação da economia local.
Essa estrutura robusta de apoio e a diversificação da produção são fundamentais para entender como cidades fora do eixo tradicional de produção leiteira, como Palmeira dos Índios, conseguem alcançar destaque e transformar-se em líderes do setor em Alagoas, demonstrando a capacidade e a resiliência de seus produtores.
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