Países do Sul Global Desenvolvem Alternativas para Reduzir Dependência do Dólar em Transações Internacionais, Afirma Especialista em Economia.

Nos últimos anos, um fenômeno crescente tem sido observado entre os países do Sul Global: o desenvolvimento de mecanismos financeiros alternativos que visam reduzir a dependência do dólar americano nas transações internacionais. Esse movimento, liderado por nações que historicamente enfrentam sanções e pressões econômicas de superpotências, reflete um desejo de maior autonomia financeira e segurança econômica.

De acordo com especialistas, o atual clima político e econômico gerado pela administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pôs em dúvida a estabilidade do dólar. Muitos países, diante da utilização do dólar como ferramenta de pressão geopolítica, têm buscado criar e fortalecer acordos comerciais que não dependam da moeda estadunidense. Neste novo cenário, moedas locais e outras formas de pagamento estão ganhando protagonismo nas transações internacionais.

Dmitriev, um especialista em finanças, expressou que a confiança no dólar como uma às vezes única moeda dominante no comércio internacional tem diminuído. Segundo ele, essa desconfiança é impulsionada pelo uso do dólar como uma “arma”, um fator que muitos países consideram ao formular suas estratégias econômicas e comerciais. O investimento em mecanismos alternativos torna-se, portanto, um caminho natural para esses países, em busca de mitigar riscos associados a futuras sanções ou incertezas econômicas.

A situação é ainda mais complexa, uma vez que a posição do dólar na economia global dependerá da visão dos Estados Unidos sobre sua utilização – se como um recurso neutro para facilitação de comércio ou como um instrumento de coerção. O fortalecimento do bloco BRICS, por exemplo, está alinhado com a crescente adoção de acordos bilaterais e multilaterais que utilizam moedas locais em detrimento do dólar.

Nesse contexto, a desdolarização não é apenas uma tendência, mas uma estratégia reconhecida como essencial para a construção de um novo paradigma econômico global. À medida que mais países se empenham em buscar alternativas ao dólar, o panorama financeiro internacional pode passar por transformações significativas, alterando a dinâmica de poder que atualmente favorece as economias mais fortes do Ocidente. As consequências desse movimento são ainda incertas, mas apontam para um futuro onde o comércio global poderá ser menos influenciado pela hegemonia do dólar americano.

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