Samuel nasceu com sérios problemas de saúde, incluindo cardiopatia e hidrocefalia. Essas condições médicas exigem acompanhamento constante e cuidados especializados. Aos quatro meses, ele sofreu três paradas cardíacas, resultando em paralisia cerebral. Em meio a essas adversidades, a família agora encara a possibilidade de um diagnóstico de autismo, o que torna a situação ainda mais desafiadora.
Um vídeo divulgado recentemente nas redes sociais e que rapidamente ganhou notoriedade na mídia local mostra Peu do Boi externando sua revolta e tristeza em relação ao descaso com a saúde pública em Palmeira dos Índios. Em seu desabafo comovente, ele sublinha a ausência de uma ala pediátrica adequada no hospital da cidade, o que obriga a família a viajar até Maceió, a 130 quilômetros de distância, em busca de atendimento. “Cada vez que preciso ir para Maceió, sinto que estamos sendo abandonados. Não apenas eu, mas todos que dependem desse sistema que deveria cuidar de nós”, declarou Peu, segurando firmemente a mão de seu filho e com os olhos marejados.
A jornada da família de Peu do Boi não é recente. Há mais de quatro anos, eles enfrentam a exaustiva rotina de viagens constantes para Maceió, lidando com as incertezas e o desgaste físico e emocional que essa situação impõe. Apesar das adversidades, Peu decidiu não se calar mais. Sua voz tem ressoado entre os moradores de Palmeira dos Índios e outras localidades alagoanas, que se unem em solidariedade à causa.
O apelo de Peu do Boi é um grito por dignidade e por um sistema de saúde que atenda às necessidades básicas da população. Ele se torna um porta-voz de milhares de outras famílias que lutam diariamente por um atendimento médico de qualidade para seus filhos, especialmente em cidades do interior onde a infraestrutura hospitalar é frequentemente insuficiente.
A comoção gerada pelo caso de Samuel Lucas reacende o debate sobre a falta de investimentos na saúde pública em pequenas cidades. Muitas famílias são obrigadas a buscar tratamento em grandes centros urbanos, enfrentando enormes dificuldades logísticas e emocionais. O sofrimento de Peu e seu filho serve como um lembrete urgente da necessidade de melhorias no sistema de saúde, para que outras famílias não tenham que passar pela mesma angústia e incerteza.
Inicialmente sentindo-se sozinho nesta caminhada, Peu do Boi agora encontra força e apoio na mobilização que seu apelo gerou. Seu clamor continua a ecoar, tocando corações e chamando a atenção das autoridades para a necessidade urgente de mudanças concretas no atendimento pediátrico em Palmeira dos Índios e tantas outras cidades ao redor do Brasil.
