Apesar do potencial inovador da biofábrica, a Oxitec enfrenta um cenário complicado em termos de regulação no Brasil. A empresa submeteu um dossiê à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste ano, mas ainda aguarda uma decisão sobre a aprovação. Enquanto isso, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outras organizações têm conseguido liberações para projetos-piloto. Para o Brasil, a expectativa é de que a nova biofábrica possa atender uma vasta população, com um objetivo ambicioso de beneficiar até 1 bilhão de pessoas até 2040.
Natália Ferreira, diretora-presidente da Oxitec no Brasil, comentou sobre a importância da biofábrica, classificando-a como um marco na produção de mosquitos com Wolbachia. “Estamos adotando padrões de qualidade internacionais, não só para o Brasil, mas para atender a outros países também”, afirmou. As expectativas são altas, com mais de 100 municípios já demonstrando interesse na nova tecnologia, fato corroborado pela diretora de pós-venda e bióloga Luciana Medeiros, que destacou o potencial impacto positivo na saúde pública e na geração de empregos na região.
Embora a Anvisa ainda não tenha legislação específica para a aprovação desse tipo de produto, a urgência é palpável. O impasse regulatório no Brasil contrasta com a adoção mais célere em outros países, onde as tecnologias de controle de pragas têm avançado sem as mesmas barreiras. O sucesso da biofábrica de Campinas poderá, portanto, não apenas desenvolver novas estratégias de combate às arboviroses, mas também impulsionar um debate crucial sobre inovação e regulação em saúde pública no Brasil.
