A instabilidade na região do Oriente Médio, potencialmente agravada por conflitos recentes, tem levado os investidores a buscar segurança em ativos considerados ‘refúgio’, como o ouro. Ao mesmo tempo, a incerteza em relação ao próximo pleito presidencial nos Estados Unidos, que ocorrerá no próximo mês, tem ampliado essa demanda. Analistas destacam que o desejo de preservar valor em tempos de volatilidade política e econômica tem sido um motor significativo para os aumentos nos preços dos metais preciosos.
Além disso, a expectativa de uma nova rodada de cortes nas taxas de juros por parte da Reserva Federal dos EUA, cujas reuniões estão agendadas para os dias 6 e 7 de novembro, tem contribuído para a ascensão dos preços do ouro. Isso ocorre porque, na teoria econômica, uma queda nas taxas de juros torna o ouro um investimento mais atraente, uma vez que este ativo não rende juros, levando os investidores a buscar alternativas que protejam seu capital da desvalorização.
Apesar do aumento no valor do ouro, a demanda física está enfrentando desafios, especialmente na China, o maior mercado consumidor de ouro, onde os altos preços têm pressionado as compras. Contrapõe-se a isso o aumento da demanda por parte de bancos centrais, que buscam diversificar suas reservas em uma tentativa de minimizar a dependência do dólar americano.
Nos últimos meses, a tendência de valorização do ouro tem se fortalecido, com registros de cinco meses consecutivos de crescimento nas entradas de fundos negociados em bolsa que são lastreados em ouro. Esse fenômeno reflete uma movimentação significativa dos investidores ocidentais, que têm buscado segurança em tempos de incerteza. Além do mais, essa alta nos preços também está impactando o mercado da prata, que atingiu seu nível mais alto em quase 12 anos, refletindo a crescente procura por metais preciosos em várias aplicações, como eletrônicos e células solares.