Órgãos federais interditam obra da montadora chinesa BYD em Camaçari após resgate de operários em condições de escravidão.

Uma operação conjunta entre órgãos federais resultou na interdição de parte das obras de construção da fábrica da montadora chinesa BYD, localizada em Camaçari (BA). O motivo da ação foi o resgate de 163 operários que estavam trabalhando em condições semelhantes às de escravidão, de acordo com informações do Ministério Público do Trabalho na Bahia.

A interdição incluiu alojamentos e áreas específicas do canteiro de obras da planta industrial, onde a montadora está implantando sua fábrica. A empresa empreiteira responsável pela obra, Jinjiang Group, foi comunicada da interrupção das atividades pela manhã. Até o momento, a BYD não se pronunciou sobre o ocorrido.

A montadora chinesa iniciou as obras de construção da fábrica em março deste ano, após o lançamento da pedra fundamental em outubro de 2023. A unidade está sendo instalada no local onde funcionava a fábrica da Ford, com incentivos do governo da Bahia e um investimento anunciado de mais de R$ 5,5 bilhões. A previsão é de que a fábrica esteja concluída até o final de 2025, com capacidade para montar 150 mil veículos por ano na primeira fase, entre elétricos e híbridos flex.

Parte dos operários resgatados permanece em alojamentos e outro grupo foi realocado em um hotel. Eles não poderão trabalhar e terão seus contratos rescindidos. Os alojamentos e áreas interditadas permanecerão inativas até que sejam regularizadas conforme exigências dos órgãos responsáveis.

A fiscalização e interdição contaram com a participação do Ministério do Trabalho e Emprego, Defensoria Pública da União, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público Federal e Polícia Federal. Será realizada uma audiência virtual com a BYD e Jinjang para discussão das medidas necessárias para garantir adequadas condições de alojamento e regularização da situação.

As inspeções realizadas identificaram condições precárias de trabalho, incluindo alojamentos sem estrutura adequada e situações de trabalho forçado. A força-tarefa continuará acompanhando o caso para garantir que as condições de trabalho sejam regularizadas e atendam aos padrões legais estabelecidos.

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