Orcas com filhote são avistadas na Barra da Tijuca, surpreendendo pescadores e reforçando a raridade da presença dos cetáceos no litoral carioca.

Neste último fim de semana, um avistamento raríssimo de orcas na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, chamou a atenção de especialistas e amantes da vida marinha. Um grupo de cinco a seis orcas, incluindo um filhote recém-nascido, foi registrado pelo oceanógrafo Tato Slerca, que estava navegando pela área na manhã de domingo, acompanhado de familiares e amigos.

As imagens compartilhadas nas redes sociais rapidamente se tornaram virais, mostrando a beleza e a interação dos cetáceos com a embarcação. Slerca relatou que as orcas pareciam estar em atividade de caça, nadando próximas à superfície. “Vimos um grupo de 5 a 6 orcas, a cerca de 20 milhas da costa. Elas se aproximaram bastante do nosso barco; até mesmo colocamos o motor em neutro para evitar qualquer acidente”, contou.

Segundo o especialista, o avistamento era composto exclusivamente por fêmeas, o que pode ser identificado pelo formato das barbatanas dorsais, mais baixas em comparação às dos machos. O filhote foi particularmente notável, apresentando uma coloração amarelada, um sinal claro de que ele era recém-nascido. “Esse tipo de coloração é um indicativo mais confiável de que o filhote é novo do que apenas seu tamanho”, explicou Slerca.

Além disso, ele destacou a rica estrutura social das orcas, que vivem em grupos matriarcais. A fêmea mais velha lidera o grupo e os descendentes permanecem juntos até que seja necessário se separar para uma caça mais eficiente. Os machos, por sua vez, geralmente se afastam para socializar e evitar a reprodução com fêmeas da própria família — um reflexo da inteligência dessa espécie.

Slerca ressaltou que, embora as orcas sejam considerados os maiores predadores do oceano, raramente atacam humanos em ambiente natural. No Brasil, mergulhos com cetáceos são proibidos, a fim de preservar esses magníficos animais. Apesar da raridade da ocorrência no litoral carioca, Slerca esclareceu que as orcas estão presentes em todos os oceanos, embora avistamentos na costa do Rio sejam incomuns. Para ele, a probabilidade de não ter registrado essa interação é alta se ele não estivesse no local na hora certa.

O oceanógrafo definiu o encontro como “histórico” e expressou seu privilégio por ter a oportunidade de observar esses seres magníficos em águas brasileiras. Ele concluiu relembrando que, embora as orcas geralmente sejam vistas em águas mais frias, elas podem se aproximar da costa em busca de alimento, como peixes e golfinhos, em determinadas épocas do ano.

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