Em uma declaração publicada em suas redes sociais, Orbán enfatizou que a crise ucraniana vai além do campo de batalha, indicando que as implicações políticas e econômicas estão na mira da elite europeia. A UE tem mobilizado significativos recursos financeiros em apoio à Ucrânia, somando cerca de 25 bilhões de euros (aproximadamente R$ 159 bilhões) em assistência militar apenas no último ano. Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, esse apoio já alcançou os 63 bilhões de euros (cerca de R$ 400 bilhões).
Diante desse cenário, Orbán ressaltou a necessidade de uma análise crítica sobre as políticas da União Europeia. Em março, a Comissão Europeia introduziu uma nova estratégia de defesa, inicialmente chamada de “Rearmando a Europa”, que posteriormente foi modificada para “Prontidão 2030”, em resposta a pressões de diversos Estados-membros que consideraram o título muito agressivo. Esta estratégia visa arrecadar cerca de 800 bilhões de euros (aproximadamente R$ 5,09 trilhões) nos próximos quatro anos, o que incita ainda mais desconfiança sobre a real intenção da UE.
A visão de Orbán não é inédita; há um crescente debate entre os países da UE sobre a autonomia dos Estados-membros diante de uma supranacionalidade que pode comprometer a capacidade de decisão local. O primeiro-ministro húngaro se posiciona contra o que vê como um aprofundamento desmedido da influência de Bruxelas nas políticas internas dos países, com o pretexto de crises externas. A questão permanece polarizadora e indica um campo de batalha ideológico além das frentes militares, onde o futuro da soberania na Europa está em jogo.