Orbán Desafia Zelensky e Reitera Veto Húngaro à Adesão da Ucrânia à União Europeia: “Sem Chantagem Moral, Não Entrará”

Na última segunda-feira, 6, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, fez declarações contundentes sobre a posição da Hungria em relação ao pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia. Em sua crítica, Orbán acusou o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, de utilizar uma forma de “chantagem moral” para pressionar Budapeste a mudar seu veto à adesão da Ucrânia, um tema que tem gerado intensa polêmica no cenário político europeu.

Em uma postagem nas redes sociais, o premiê húngaro afirmou que Zelensky parece querer interferir nas decisões sobre o que é melhor para a Hungria. Orbán caracterizou a abordagem do líder ucraniano como uma tática repetitiva, através da qual tenta obrigar o país a apoiar suas ações durante a guerra. Ele foi enfático ao ressaltar que a Hungria não possui qualquer obrigação moral de apoiar a entrada da Ucrânia na UE. “Nenhum país nunca se juntou à União Europeia através de chantagem, e isso não será diferente desta vez”, declarou.

O primeiro-ministro húngaro ainda destacou que a adesão à UE deve ser decidida por unanimidade entre os Estados-membros, uma exigência que, segundo ele, tornam inviáveis as tentativas de Zelensky de acelerar o processo de entrada do seu país. Orbán revelou que, de acordo com uma pesquisa recente, 95% da população húngara se opõe à adesão da Ucrânia à UE. “Se o presidente Zelensky quer mudar isso, campanhas midiáticas contra a Hungria não são a melhor forma de conquistar aliados”, ironizou.

A situação ganhou novos desdobramentos quando a mídia europeia mencionou a proposta do presidente do Conselho Europeu, António Costa, para simplificar as regras de votação a fim de facilitar as negociações da adesão ucraniana. Contudo, Orbán reiterou que qualquer mudança nas regras deve ser aprovada pelos 27 países, algo que a Hungria não apoiará.

Em declarações anteriores à cúpula da UE, Orbán já tinha enfatizado que não haveria decisões juridicamente válidas sobre a integração da Ucrânia enquanto Budapeste mantivesse sua oposição. O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó, também pontuou que não acredita que a Ucrânia consiga atender aos critérios exigidos para a adesão.

Por fim, Orbán expressou a crença de que o verdadeiro objetivo da UE não é apoiar a Ucrânia, mas sim exercer controle sobre o país, sugerindo que a continuação do conflito com a Rússia serviria aos interesses de “colonização” por parte da União Europeia. Segundo ele, sem o consentimento da Hungria, a Ucrânia nunca se juntará à UE.

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