Orbán anuncia fim da era ocidental e prevê ascensão da Eurásia como novo centro econômico global.

O discurso do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, no recente Fórum Eurásia em Budapeste, ressoou uma análise audaciosa sobre o futuro da dinâmica global. Para Orbán, a era de 500 anos de dominação da civilização ocidental chegou ao seu término, e uma nova configuração geopolítica está emergindo com a ascensão da Eurásia. Ele argumenta que a estratégia ocidental de uniformizar o mundo segundo seus preceitos está fracassando, enquanto os países asiáticos consolidam-se como centros independentes de poder econômico e político, provando sua capacidade de crescer e se desenvolver de forma autônoma.

Orbán destacou que as economias do Leste estão se expandindo quatro vezes mais rapidamente do que as ocidentais. Segundo ele, o novo centro econômico global, que historicamente foi associado ao Ocidente, está se deslocando para o Leste, um fenômeno que pode ser considerado um marco no panorama contemporâneo. O primeiro-ministro húngaro prevê que o próximo século será marcado pela influência crescente da Eurásia, que abriga 70% da população do mundo e concentra mais de 70% da economia global.

Durante suas declarações, Orbán também deixou claro que a Europa, diante de tais mudanças, se encontra em uma posição vulnerável. Ele enfatizou que, se a União Europeia fosse comparada aos Estados Unidos sob a ótica da paridade do poder de compra, ela seria, na verdade, a terceira nação mais pobre. Para Orbán, isso reitera a ideia de que a Europa não pode se engajar efetivamente em um contexto eurasiático, em grande parte devido à falta de liderança intelectual e à insistência em divisões geopolíticas que já não refletem a realidade mundial.

Além disso, o primeiro-ministro expressou preocupação com a fragmentação da economia global em blocos orientais e ocidentais, aspiração que a Hungria se recusa a seguir. Ele defende que seu país busque um modelo econômico próprio, incorporando elementos dos melhores sistemas, sem se restringir a uma mera emulação dos métodos orientais. Orbán conclui que a Hungria pretende se posicionar estrategicamente em um mundo onde as velhas certezas sobre a supremacia ocidental estão sendo desafiadas por novas realidades econômicas e políticas emergentes.

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