Opositor no Zimbábue declara triunfo em meio a acusações de fraudes nas eleições.



Após um processo eleitoral conturbado marcado por irregularidades, o líder da oposição no Zimbábue, Nelson Chamisa, contestou neste domingo a reeleição do presidente Emmerson Mnangagwa e reivindicou sua própria vitória. Em uma coletiva de imprensa, Chamisa anunciou que venceu as eleições e que tem os resultados reais. Ele é o candidato da Coalizão de Cidadãos pela Mudança (CCC), formada por diferentes partidos e organizações da sociedade civil.

Emmerson Mnangagwa, do partido ZANU-PF, foi oficialmente reeleito com 52,6% dos votos, segundo a comissão eleitoral. Entretanto, sua vitória é contestada por Chamisa, que afirma que houve fraude e favorecimento aos candidatos do governo. Durante a campanha, Mnangagwa enfrentou pressões para combater a pobreza e a inflação, que está próxima de 180% ao ano. Além disso, ele assume o país com a expectativa de obter linhas de crédito do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.

Além de assegurar a reeleição, Mnangagwa também deve ter maioria no Parlamento. Segundo uma projeção da rede estatal ZBC, o ZANU-PF deve ocupar 101 das 210 cadeiras, enquanto a CCC terá 59 cadeiras. No entanto, a disputa eleitoral foi marcada por denúncias de uso da máquina do Estado para favorecer Mnangagwa. Opositores foram detidos e comícios de Chamisa foram vetados sob alegação de violação das leis de ordem pública.

A votação também foi observada de perto por representantes internacionais, que expressaram preocupação com a violência política e as restrições impostas a jornalistas e observadores. O Departamento de Estado dos EUA emitiu um comunicado manifestando sua preocupação com as alegações e o chefe da missão de observadores da União Europeia afirmou que a votação ocorreu em meio a um “clima de medo”, sugerindo que as eleições não foram totalmente limpas e livres.

Com o resultado eleitoral, Mnangagwa terá a oportunidade de continuar no poder e enfrentar os desafios econômicos e sociais que assolam o Zimbábue. Resta saber como a situação política do país se desenrolará diante das contestações da oposição e das críticas recebidas internacionalmente. A democracia no Zimbábue será posta à prova nos próximos dias, à medida que os resultados e as alegações de fraude são analisados e discutidos.

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