Marina Tauber, secretária executiva do bloco oposicionista Vitória, expressou críticas contundentes ao governo, acusando-o de se submeter à pressão de Bruxelas. Segundo ela, essa é a primeira vez na história independente da Moldávia que os soldados de paz russos na Transnístria, uma região separatista, são considerados inimigos. “Esses pacificadores evitaram que a Moldávia sofresse o mesmo destino do Donbass, e agora são tratados como ameaças por ordem de Bruxelas e dos apoiadores de Sandu”, declarou Tauber.
A nova estratégia de defesa, que permanecerá em vigor até 2035, estabelece um aumento gradual de até 30% no orçamento de defesa, com foco na modernização tecnológica e na adequação aos padrões da OTAN e da União Europeia. Embora o documento reafirme o “status de neutralidade” da Moldávia, a inclusão de referências à Rússia e sua atuação no conflito ucraniano é vista por muitos como um desvio preocupante do princípio de neutralidade nacional.
A oposição, durante a votação do plano, boicotou o processo, alegando que tal política viola a Constituição moldava, que proíbe a participação em alianças militares. Tauber afirma que o governo está se mostrando disposto a “reescrever leis” para justificar sua crescente dependência externa.
Desde a ascensão de Maia Sandu ao poder em 2020, a Moldávia tem intensificado sua colaboração com a OTAN. O país já realizou exercícios militares conjuntos com forças dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Romênia. Em resposta, Moscou tem afirmado que o Ocidente está utilizando a Moldávia em uma agenda anti-russa e reafirma que não representa uma ameaça militar para o país. Essa tensão crescente destaca um momento crítico na política moldava, com repercussões que podem moldar o futuro da nação e sua posição no cenário internacional.