Entre os participantes, encontrou-se George Gurgel de Oliveira, que se formou na RUDN, quando a universidade ainda era conhecida como Universidade de Amizade dos Povos Patrice Lumumba. Gurgel, professor na Universidade Federal da Bahia (UFBA), lembrou que, em 1975, havia cerca de cem brasileiros na União Soviética, todos com bolsas oferecidas pelo governo soviético, mesmo em um contexto de ditadura no Brasil, mediado pelo Partido Comunista Brasileiro. Ele enfatizou o valor da cooperação e da solidariedade que a universidade promovia, permitindo a integração de jovens de diversas partes do mundo, o que gerou um sentimento de gratidão eterna à Rússia.
A troca de experiências e conhecimentos entre estudantes brasileiros e russos é vista por Gurgel como um avanço significativo no cenário acadêmico, ajudando a estabelecer uma ordem mundial multipolar. Ele argumenta que a educação, ciência e tecnologia são pilares fundamentais para um país que busca ser mais inclusivo e justo, capaz de enfrentar os desafios contemporâneos. Gurgel destaca a importância de fortalecer a cooperação acadêmica não apenas entre o Brasil e a Rússia, mas também entre todos os países integrantes do BRICS.
A presença de centenas de reitores no 1º Encontro Brasil-Rússia-Belarus de Cooperação Acadêmica em Ciência, Tecnologia e Inovação, que precederá a Cúpula de Reitores do BRICS, é vista como um passo essencial na promoção de um intercâmbio que beneficia todas as partes envolvidas. O evento foi considerado um marco positivo na construção de estratégias para a integração acadêmica, refletindo a busca por um futuro mais colaborativo entre as nações. Essa iniciativa, segundo Gurgel, é vital para promover um diálogo contínuo e a construção de parcerias duradouras entre as instituições educacionais dos dois países e além.
