Durante a operação, diversos mandados de busca e apreensão foram cumpridos, não apenas em território fluminense, mas também no Espírito Santo, ampliando o cerco a potenciais envolvidos no esquema. Bacellar, que já enfrentou a prisão na fase inicial da operação e foi liberado recentemente pela Alerj, ainda enfrenta restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. As medidas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar à noite e a obrigação de permanecer em casa nos fins de semana e feriados.
Outro nome de destaque na operação é o desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), que foi preso em sua residência na Barra da Tijuca. Júdice Neto é relator de um processo que investiga Thiego Raimundo dos Santos, também conhecido como TH Joias, ex-deputado estadual com laços diretos ao Comando Vermelho. Segundo as apurações, o desembargador teria colaborado com o grupo criminoso ao vazar informações internas sobre processos em andamento.
A trajetória de Júdice Neto é marcada por controvérsias. Após um longo afastamento de 17 anos da magistratura, que começou em 2005 devido a uma investigação sobre venda de sentenças ligadas à máfia dos caça-níqueis no Espírito Santo, ele foi absolvido em 2015, mas permaneceu fora do cargo por conta de um processo administrativo disciplinar (PAD) relacionado ao mesmo caso. Em 2022, o Conselho Nacional de Justiça reconheceu que o PAD havia ultrapassado o prazo máximo para conclusão, o que possibilitou seu retorno ao TRF-2 em 2023.
A operação evidência a contínua luta das autoridades contra a corrupção e o crime organizado no Brasil, instaurando um questionamento sobre a resistência de figuras influentes nos círculos de poder do país, enfatizando a necessidade de mecanismos que garantam a integridade do sistema judiciário e a proteção de informações sensíveis. A situação continua em evolução, à medida que as investigações se aprofundam e novas revelações podem surgir.










