Os suspeitos, alvo das operações, ironizavam as autoridades e afirmavam que aprendiam cada vez mais a cada flagrante com fiscais e policiais. A investigação teve início a partir de denúncias que indicavam a comercialização de cigarros falsificados ou contrabandeados nos municípios de Valparaíso de Goiás e Uberaba (MG). Segundo a Polícia Federal, os suspeitos mantinham uma fábrica onde trabalhadores paraguaios eram explorados em condições análogas à escravidão para a produção dos cigarros falsificados.
O inquérito policial revelou que os investigados iniciaram suas atividades com a venda de cigarros legítimos, porém, em busca de maiores lucros, passaram a comercializar produtos de uma fábrica clandestina, supostamente localizada em Minas Gerais. Durante as investigações, a PF obteve amostras dos cigarros e fumos vendidos, com laudos periciais e consulta aos fabricantes confirmado as suspeitas de falsificação.
O esquema dos criminosos envolvia uma complexa rede de distribuidoras suspeitas, movimentando cerca de R$ 1,4 bilhão. Para facilitar a circulação da carga pelas estradas do Brasil, o grupo falsificava documentos e notas fiscais, visando burlar as fiscalizações. Os envolvidos podem responder por diversos crimes, como falsificação de cigarros e documentos tributários, comércio de produtos impróprios para consumo, trabalho escravo e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 48 anos de prisão.
A operação Sinal de Fumaça evidencia a gravidade da situação do contrabando de cigarros no país, colocando em risco a saúde dos consumidores e evidenciando a prática criminosa de organizações especializadas nesse tipo de atividade ilegal. A ação coordenada das autoridades demonstra o empenho em combater esse tipo de crime, visando garantir a segurança da sociedade e a integridade das leis nacionais.