Um dos aspectos mais surpreendentes descobertos durante a operação foi o uso de uma rede de “traffic drivers”, indivíduos que exerciam um papel semelhante ao de motoristas de aplicativos de transporte, porém realizando entregas de drogas sob demanda. Esses motoristas não eram simples intermediários esporádicos, mas colaboradores fixos da facção, muitas vezes com vínculos constantes com os líderes, como o indivíduo conhecido como Calcinha.
Conversas interceptadas durante as investigações mostraram que os motoristas integravam uma rede altamente estruturada e operavam regularmente, cumprindo ordens dos líderes da organização. Sua função era principalmente transportar drogas para os diferentes pontos de distribuição, em um sistema de entregas sob demanda que lembrava o funcionamento de um aplicativo de transporte.
Além do transporte de drogas, os motoristas também estavam envolvidos no tráfico de armas, que eram transportadas juntamente com as drogas. A operação desmantelou uma rede de tráfico internacional, com ramificações em vários estados do Brasil, incluindo o Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Amazonas e Bahia.
Após meses de investigação, a polícia prendeu 19 pessoas e cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, desmantelando o esquema criminoso e expondo a atuação sofisticada dessa organização criminosa. A complexidade e a logística envolvidas nesse esquema revelam a importância do trabalho policial para investigar e desarticular redes criminosas como essa, que representam um grande perigo para a sociedade.
