Operação Puritas desarticula esquema de policiais rodoviários federais que alugavam carros para transportar cocaína para facção criminosa.

A notícia veiculada revela um esquema criminoso chefiado por policiais rodoviários federais Diego Dias Duarte, conhecido como Robocop, e Raphael Ângelo Alves da Nóbrega. Eles foram flagrados alugando veículos para transportar cocaína com destino à facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Ceará.

A operação que desmantelou o esquema, denominada Puritas, foi deflagrada pela Polícia Federal em 7 de novembro. Os policiais estavam envolvidos em uma organização criminosa liderada por José Heliomar de Souza, baseada em Porto Velho, Rondônia.

A estratégia dos policiais era alugar diferentes veículos para tentar driblar a fiscalização e não levantar suspeitas. Eles cobravam até R$ 2 mil por quilo de cocaína transportada. A investigação policial contou com a colaboração da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal para identificar as ações dos agentes envolvidos.

A droga seguia do estado de Rondônia em direção ao Ceará, tendo como destinatário Lucas Acácio Botelho, também conhecido como “Don Príncipe”, membro do Comando Vermelho e figura central na organização criminosa no estado nordestino. Os PRFs faziam viagens incessantes, chegando a fazer o percurso em menos tempo do que o previsto.

Além do transporte de entorpecentes, os policiais desempenhavam outras funções no grupo criminoso, como contrainteligência e direcionamento de flagrantes contra quadrilhas rivais. Em algumas conversas interceptadas pela Polícia Federal, os envolvidos reclamam do valor do frete da droga e elaboram estratégias para não serem pegos.

Raphael Ângelo, um dos policiais envolvidos, chegou a ser preso transportando 542 kg de cocaína em 2023. Já Diego Duarte, outro agente envolvido, foi preso em novembro do mesmo ano. Ambos enfrentam acusações graves de tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

A operação Puritas também mirou outros três policiais militares, além de Heliomar e Don Príncipe. O caso revela a gravidade da corrupção entranhada em algumas esferas da segurança pública brasileira e ressalta a importância de investigações rigorosas para coibir tais práticas ilícitas.

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