“Operação Psicose: Prefeitura de Curitiba concede alvará para empresa fachada que cultivava cogumelos alucinógenos em esquema milionário de tráfico”

Curitiba: Prefeitura Concede Alvará para Empresa Usada como Fachada por Organização Criminosa de Drogas

A Prefeitura Municipal de Curitiba, através da Secretaria Municipal de Finanças, recentemente emitiu um alvará de funcionamento para uma empresa cujo objetivo declarado era o cultivo de lavouras temporárias e o comércio de produtos agrícolas. No entanto, investigações revelaram que essa empresa servia como uma fachada para uma organização criminosa dedicada à produção e distribuição de cogumelos alucinógenos em todo o Brasil.

O esquema ilícito foi desmantelado em uma operação realizada pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nesta quinta-feira. A Operação Psicose visou desarticular um grupo criminoso que movimentava quantias milionárias, com lucros que chegavam a impressionantes R$ 200 mil por dia, devido à sua rede de atuação nacional.

As policiais, ao investigarem a situação, identificaram galpões no Paraná que operavam na produção e preparação dos cogumelos em uma escala quase industrial. Esta região se destacou por abrigar a maior estrutura produtiva do grupo, responsável por milhares de quilos de psilocibina que abasteciam o mercado nacional de drogas.

As investigações indicam que o grupo realizou 3.718 remessas pelos Correios, totalizando cerca de 1,5 tonelada de substâncias ilícitas distribuídas. Além das vendas online, o grupo fornecia quantidades significativas de entorpecentes para outros traficantes, consolidando sua presença no mercado ilegal.

O início da investigação se deu pelo monitoramento de redes sociais e sites que promoviam os chamados “cogumelos mágicos”. A empresa em questão utilizava perfis no Instagram para atrair consumidores, direcionando-os para uma plataforma de e-commerce bem elaborada, que contava com um catálogo abrangente, imagens de alta qualidade e diversas opções de pagamento.

Com um marketing agressivo, o grupo apostou em anúncios online, colaborações com influenciadores e DJs, além de patrocinarem festivais de música eletrônica. Informações enganosas sobre supostos benefícios terapêuticos da psilocibina foram disseminadas, com o intuito de promover o consumo entre os jovens. Os preços dos produtos variavam de R$ 84,99 por 3 gramas a R$ 9,2 mil por quilo.

Na operação, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Curitiba, Joinville, São Paulo, Belém, Belo Horizonte, Vitória e no próprio Distrito Federal. Nove líderes e operadores do esquema foram alvo de prisões preventivas. A polícia investiga, adicionalmente, possíveis ligações de agentes públicos com a proteção das atividades ilegais.

Em relação à concessão do alvará, a Prefeitura de Curitiba esclareceu que ele permitia apenas atividades administrativas e não o cultivo no local em questão. Em nota, o Executivo municipal afirmou ter seguido todas as etapas necessárias para a liberação do alvará e ressaltou o compromisso em combater atividades ilegais, alertando que quaisquer infrações devem ser severamente punidas pelas autoridades competentes.

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