Os documentos apontam para a participação de Carlos André Coelho, ex-prefeito de Santa Cruz da Vitória (BA), que foi preso em dezembro e posteriormente solto. A PF afirma que o ex-prefeito desempenhava um papel importante no grupo criminoso investigado na Operação Overclean, influenciando contratos em várias unidades da Federação.
Os líderes do grupo são os irmãos Alex e Fabio Parente, com o empresário José Marcos de Moura, conhecido como Rei do Lixo na Bahia, atuando como braço político. Na primeira fase da operação, Alex Parente e Lucas Lobão, ex-coordenador do DNOCS na Bahia, foram abordados em uma aeronave em Brasília.
A PF encontrou uma planilha na aeronave indicando valores, entidades e possíveis contratos com os estados de São Paulo, Maranhão, Pará e Piauí, vinculados à sigla “CA”, que sugere a responsabilidade de Carlos André nos ajustes, totalizando R$ 170 milhões. No entanto, a PF não especifica quais contratos envolviam a atuação de Carlos André.
Conversas por aplicativo de mensagens mostram Carlos André solicitando depósitos em contas de terceiros, sendo que muitos desses depósitos eram feitos pela empresa BRA Teles Ltda. ME, apontada pela PF como de fachada, utilizada para pagamento de propina. A defesa de Carlos André nega as acusações, afirmando que a sigla “CA” não se refere a ele e que ele nunca atuou intermediando contratos com repasses de emendas parlamentares.
Os valores recebidos pela empresa do grupo investigado seriam provenientes de negócios lícitos entre particulares, segundo o advogado de Carlos André. A investigação continua em andamento para esclarecer todas as conexões e desdobramentos desse esquema de corrupção e propina.