Operação Overclean: Empresas ligadas a emendas do relator recebem 65% dos pagamentos do DNOCS da Bahia, revela investigação.



No centro de uma polêmica envolvendo o chamado orçamento secreto, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) da Bahia destinou uma parcela significativa de recursos provenientes de emendas do relator a cinco empresas, totalizando 65% dos valores pagos pela autarquia entre 2020 e 2024. Segundo informações do portal Transparência do governo federal, as empresas beneficiadas com essa destinação de verbas foram a Allpha Pavimentações, Yanmar South America, Liga Engenharia, Pejota Construções e CBS – Construtora Bahiana de Saneamento.

No topo da lista das empresas que mais receberam pagamentos do DNOCS-BA com dinheiro do orçamento secreto encontra-se a Allpha Pavimentações, cujos sócios são os irmãos Fabio e Alex Parente. Essa empresa, que é alvo de investigações na operação Overclean, recebeu um montante de aproximadamente R$ 53 milhões da filial baiana da autarquia federal por meio das emendas do relator.

Além disso, a Liga Engenharia, que está em terceiro lugar no ranking, possui sócios com ligações familiares com o ex-senador Fernando Bezerra Coelho, ex-líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso. Essa empresa já foi mencionada em uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a atuação de um suposto cartel de empreiteiras em licitações da Codevasf.

Outra empresa destacada nesse contexto é a CBS – Construtora Bahiana de Saneamento, que também aparece na auditoria do TCU referente ao suposto cartel de empreiteiras na Codevasf. A Polícia Federal identificou a participação da CBS na operação Overclean, em que houve menção a um repasse de recursos para a São Félix Empreendimentos.

Diante dessas revelações, as empresas envolvidas emitiram notas de defesa. A Pejota Construções informou que conquistou o contrato por meio de processo licitatório regular e que não possui ingerência sobre a origem dos recursos destinados ao projeto. Já a CBS ressaltou que participou de um processo licitatório nacional e que os contratos firmados totalizaram cerca de 16 milhões ao longo de quatro anos, sem qualquer envolvimento sobre a fonte dos recursos.

O DNOCS e as demais empresas mencionadas não se pronunciaram sobre as questões levantadas pela investigação. Com o desenrolar dos fatos, a relação entre a operação Overclean, as emendas do relator e a atuação do DNOCS na Bahia segue sendo alvo de debate e especulações no cenário político nacional.

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