Essa prática ilícita reforça a ligação da operação denominada Overclean, conduzida pela Polícia Federal da Bahia, com o debate em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o orçamento secreto. Após a PF encontrar evidências relacionadas ao deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), a operação foi encaminhada ao STF, sendo distribuída ao ministro Kassio Nunes Marques.
Entretanto, a relatoria do caso pode passar por mudanças, uma vez que o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, solicitou uma reanálise do processo. Isso ocorreu após a Polícia Federal indicar uma conexão do caso com o debate sobre o orçamento secreto sob a responsabilidade do ministro Flávio Dino.
A investigação também revelou que a empresa que mais recebeu verbas do DNOCS-BA foi a Allpha Pavimentações, cujos sócios são os irmãos Alex e Fabio Parente. A empresa, alvo da operação Overclean, recebeu pelo menos R$ 53 milhões da filial baiana do órgão federal por meio de emendas do relator.
Além da Allpha Pavimentações, outras empresas também foram beneficiadas com pagamentos do DNOCS-BA provenientes do orçamento secreto. A Yanmar South America recebeu R$ 20 milhões, seguida pela Liga Engenharia (R$ 19,5 milhões), Pejota Construções (R$ 17,3 milhões) e CBS – Construtora Bahiana de Saneamento (R$ 16,6 milhões).
É importante ressaltar que as investigações apontam os irmãos Alex e Fabio Parente, juntamente com o empresário José Marcos de Moura, como líderes da organização criminosa envolvida na Operclean. Uma escuta realizada pela PF no carro de Alex Parente revelou preocupações sobre decisões do STF em relação aos pagamentos de obras vinculadas ao DNOCS-BA, evidenciando a complexidade e gravidade do esquema de corrupção descoberto.