Operação Melhor Idade desmantela esquema de fraudes em benefício destinado a idosos, evitando prejuízo de R$35 milhões e prendendo 16 envolvidos.



Na manhã desta quinta-feira (6/2), a Polícia Federal, em conjunto com o Núcleo de Inteligência Previdenciária, deflagrou a segunda fase da Operação Melhor Idade, que tem como principal objetivo desmantelar um esquema de fraudes relacionadas ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) voltado para idosos. A investigação apontou que um grupo utilizava “idosos de aluguel” para dar credibilidade a documentos falsos, a fim de obter benefícios de forma fraudulenta.

Os idosos eram recrutados para ceder suas características biométricas, como impressões digitais e fotografias, para a criação de identidades fictícias. Algumas pessoas chegaram a ser vinculadas a mais de 30 identidades diferentes. Com essa estratégia, o grupo conseguiu abrir contas bancárias, se inscrever no Cadastro Único do Governo Federal e receber indevidamente cerca de 259 Benefícios de Prestação Continuada ao Idoso, que equivalem a um salário-mínimo mensal.

A fraude envolveu a produção em grande escala de documentos falsos, como Certidões de Nascimento, Carteiras de Identidade (RG), Títulos Eleitorais e CPFs, permitindo que os “idosos de aluguel” fossem considerados como beneficiários legítimos. Além disso, o grupo criminoso também contratou vários empréstimos consignados, ampliando as perdas para os cofres públicos.

Diante da gravidade da situação, a Justiça Federal tomou medidas cautelares, como mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias, cancelamento de CPFs fraudados, suspensão de benefícios irregulares e sequestro de bens. Na fase anterior da operação, realizada em 23 de janeiro de 2024, três pessoas foram detidas e diversos documentos falsificados, celulares e extratos bancários foram apreendidos.

A análise do material coletado revelou movimentações financeiras suspeitas, que indicam lavagem de dinheiro por parte dos investigados. Mesmo após a primeira fase da operação, os criminosos continuaram efetuando saques de benefícios indevidos. Por isso, a Polícia Federal cumpriu novos mandados contra 16 investigados em quatro estados: Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal.

Até o momento, foram identificados 21 “idosos de aluguel” que auxiliaram na criação de aproximadamente 285 CPFs e Títulos Eleitorais falsos. Graças à atuação da Polícia Federal, foi possível evitar um prejuízo estimado em R$ 35 milhões e interromper as atividades dessa quadrilha especializada em fraudes previdenciárias.

As investigações prosseguirão com o intuito de identificar outros envolvidos e desarticular completamente essa organização criminosa, que vem lesando os cofres públicos e prejudicando os idosos que realmente necessitam do benefício.

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