Um dos alvos da operação foi um assessor do deputado Afonso Motta (PDT-RS), parlamentar responsável por destinar pelo menos R$ 1 milhão ao hospital Ana Nery. As mensagens trocadas entre o assessor de Motta, Lino Furtado, e o lobista Cliver Fiegenbaum foram encontradas em uma investigação anterior e deram origem à operação chamada de “Emendafest”, autorizada pelo ministro Flávio Dino.
As conversas entre os envolvidos iniciaram em novembro de 2023 e tratavam do direcionamento de emendas parlamentares para o hospital. Notas fiscais apreendidas no celular de Cliver indicavam que a empresa CAF Representação e Intermediação de Negócios prestava serviços de captação de recursos através de indicações de emendas parlamentares.
Durante as investigações, foi descoberto que o gabinete do deputado Afonso Motta direcionou pelo menos R$ 1.070.000,00 para o hospital Ana Nery. Além disso, diálogos entre funcionários do hospital revelaram possíveis vantagens indevidas sendo recebidas.
O deputado Afonso Motta negou qualquer envolvimento no caso e afirmou que as emendas foram indicadas seguindo os procedimentos normais. Cliver Fiegenbaum, por sua vez, confirmou a cláusula de comissão de 6%, mas negou irregularidades na prestação de serviços.
O hospital Ana Nery declarou colaborar com as autoridades e reafirmou seu compromisso com a ética e a legalidade. A investigação continua em andamento e novos desdobramentos são aguardados. A transparência e a celeridade na condução das investigações são prioridades para todas as partes envolvidas.