Recentemente, o cantor Alexandre Pires foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na Operação Disco de Ouro, sendo suspeito de envolvimento com uma organização criminosa especializada na exploração da cassiterita, também conhecida como “ouro negro” no mercado clandestino.
A cassiterita é fundamental para a obtenção do estanho, utilizado na fabricação de smartphones, tablets, componentes eletrônicos e outros produtos. O aumento na demanda por esses materiais, impulsionado pela pandemia, fez com que o valor da cassiterita disparasse, chegando a mais de US$ 40 mil por tonelada no mercado internacional.
Isso despertou a atenção dos garimpeiros ilegais, que já atuam na extração da cassiterita desde os anos 1970. Diante do aumento da demanda, as apreensões do material dispararam, chegando a mais de 200 toneladas só em Roraima, no período de janeiro de 2021 até início de maio de 2022.
O Ministério Público Federal tomou medidas para assegurar que a cassiterita apreendida pela PF fosse leiloada, a fim de financiar as ações de combate ao garimpo ilegal. Mesmo com a ilegalidade do garimpo, a exportação de minérios de Roraima teve um aumento significativo nos últimos anos.
A Operação Disco de Ouro visava desarticular um esquema de financiamento e logística ao garimpo ilegal na Terra Indígena Ianomâmi, resultando em mandados de prisão, busca e apreensão, além do sequestro de mais de R$ 130 milhões. O cantor Alexandre Pires também é investigado por supostamente ter recebido R$ 1 milhão de uma mineradora envolvida no esquema.
Essas revelações expõem a grave situação do garimpo ilegal no Brasil, bem como os impactos ambientais e sociais causados por essa prática criminosa. A exploração ilegal de minérios continua a ser um desafio significativo para as autoridades e a sociedade como um todo.