Operação de resgate de brasileiros em Gaza é comprometida por ataques a hospitais e continuidade do cerco na fronteira com o Egito

O governo federal está tomando providências para oferecer abrigo no interior de São Paulo a 14 brasileiros e seus familiares que serão repatriados de Gaza. Apesar da falta de data definida para sair do enclave palestino, uma parte do grupo já é aguardada no Brasil para ser encaminhada a uma instituição que trabalha com refugiados. Por questões de segurança, o governo não divulgou informações sobre a cidade ou a residência para onde os repatriados serão levados.

Atualmente, 34 pessoas aguardam a autorização para cruzarem a fronteira até o Egito, incluindo 24 brasileiros, 7 palestinos com residência no Brasil e 3 parentes. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que o grupo em Gaza continuará recebendo apoio do governo brasileiro enquanto permanecer na região, incluindo o fornecimento de alojamento perto da fronteira e assistência alimentar.

No entanto, a entrada do grupo no Egito ainda é incerta devido à intensificação de ataques a hospitais na região. O embaixador Alessandro Candeas informou que a passagem depende da autorização para que ambulâncias com feridos de Gaza possam atravessar a fronteira, mas a situação se tornou mais complexa devido aos ataques a hospitais, que prejudicam a possibilidade de deslocamento do comboio.

A incerteza e o drama crescem a cada dia, com a expectativa dos repatriados serem mantida à espera da abertura da fronteira pela manhã. No entanto, pelo terceiro dia consecutivo, a fronteira permaneceu fechada, adiando a viagem rumo ao Brasil. O fechamento da fronteira tem sido um obstáculo para os brasileiros em Gaza, que agora aguardam ansiosamente a autorização para a passagem.

Mauro Vieira ressaltou que, apesar da autorização para deixar Gaza, a saída dos repatriados foi impedida devido ao fechamento do posto de controle na fronteira com o Egito. Ele enfatizou que o governo está trabalhando para retirar os brasileiros e que a passagem para o Egito é complexa devido ao curto período de abertura da fronteira e à priorização da passagem de ambulâncias com feridos.

A situação ainda é delicada, com a expectativa de que a autorização para cruzar a fronteira seja mantida quando esta for aberta, mas isso dependerá da definição das partes envolvidas. Até o momento, nenhum estrangeiro autorizado a deixar o enclave passou pela fronteira, uma vez que as ambulâncias com feridos têm prioridade.

O governo brasileiro tem pressionado diariamente as autoridades israelenses e egípcias pela liberação dos repatriados, mas o fechamento da fronteira tem frustrado as expectativas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a conversar com os presidentes de Israel e do Egito para negociar a liberação dos brasileiros em Gaza. Até então, apenas caminhões com ajuda humanitária haviam passado pela fronteira, entrando no território.

As negociações continuam em andamento, e os brasileiros em Gaza aguardam ansiosamente a autorização para deixar o local e iniciar a jornada de volta ao Brasil, onde receberão abrigo e assistência. Enquanto isso, o governo federal mantém seu compromisso de apoiar os repatriados durante esse período de espera e incerteza.

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