Operação da Polícia Federal Revela Esquema de Corrupção e Crimes Ambientais em Minas Gerais com Movimentação Suspeita de R$ 1,5 Bilhão na Mineração.

A Polícia Federal (PF) desencadeou uma investigação profunda sobre um esquema de crimes ambientais em Minas Gerais, envolvendo um grupo que, segundo as autoridades, movimentou aproximadamente R$ 1,5 bilhão. O inquérito, denominado operação “Rejeito”, foi deflagrado no dia 17 de setembro e abrangeu uma série de ações contra servidores de órgãos responsáveis pela proteção ambiental, incluindo a Agência Nacional de Mineração (ANM). A investigação revela que uma das empresas sob suspeita, a Fleurs Global, atuou no setor de mineração sem as licenças necessárias por um período superior a seis anos.

De acordo com as informações coletadas, a atuação irregular da Fleurs Global aconteceu principalmente por meio da corrupção de funcionários públicos, que possibilitaram a obtenção de licenças ambientais fraudulentas. Essas permissões eram utilizadas para a exploração desmedida de minério de ferro em áreas proibidas, incluindo locais tombados e regiões próximas a zonas de preservação. Os danos ambientais decorrentes dessa exploração são alarmantes, com risco iminente de desastres sociais.

O empresário Alan Cavalcante do Nascimento emerge como uma figura central na investigação, apontado como o líder do esquema criminoso. A PF já solicitou a sua prisão preventiva, mencionando que ele orquestrou um complexo sistema que incluía várias empresas, algumas delas de fachada, com o intuito de lavar dinheiro. As movimentações financeiras da Fleurs Global chegaram a totalizar cerca de R$ 4,2 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão corresponderia a transações efetivas, levando à necessidade de sequestro dos bens e à suspensão imediata das atividades da empresa.

As irregularidades também envolveram a manipulação de documentos e pareceres, ações que comprometeram a legalidade das licenças ambientais permitidas. Tres funcionários da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) foram afastados em decorrência das investigações, assinalando a gravidade da corrupção sistêmica.

Os impactos da operação não se restringem à esfera ambiental. Há uma preocupação significativa sobre as consequências sociais e culturais, com o patrimônio arqueológico e ambiental da Serra do Curral, um cartão postal de Minas Gerais, especialmente afetado. A PF continua a investigar a fundo os vínculos entre os envolvidos e a extensão do esquema, que revela falhas alarmantes na supervisão e regulação das atividades mineradoras na região. A transparência e a integridade das operações ambientais em Minas Gerais estão em xeque, evidenciando a urgência de reformas significativas no sistema de licenciamento e fiscalização.

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