Um dos focos da operação foi o empresário Alan Cavalcante do Nascimento, identificado como líder do esquema. A residência de Alan, situada em um condomínio de luxo em Maceió, chamou a atenção das autoridades não apenas pela sua localização privilegiada, mas também pelas imagens que revelam um interior extravagante, que conta com um lago artificial e uma piscina imponente, além de um espelho d’água cheio de carpas.
A investigação, que teve início em 2020, expôs uma rede complexa que, segundo as apurações, teria se infiltrado em vários órgãos públicos, incluindo a Agência Nacional de Mineração (ANM) e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM). O objetivo do grupo, segundo a polícia, era fraudar licenças ambientais, utilizando pagamentos de propina para garantir suas operações nas áreas de mineração. Até o momento, os investigadores identificaram mais de R$ 3 milhões em pagamentos ilícitos a servidores públicos, alguns dos quais teriam recebido “mesadas” para garantir o favorecimento do grupo.
Entre os presos na operação estão também o delegado Rodrigo de Melo Teixeira, supostamente envolvido com uma empresa que se beneficiou do esquema, e Caio Mario Seabra, diretor da ANM. A Justiça Federal já determinou o sequestro e o bloqueio de bens, totalizando R$ 1,5 bilhão.
A repercussão do caso é intensa e reúne a atenção da opinião pública. A Polícia Federal continua seu trabalho para identificar outros membros da organização, com ainda pelo menos duas pessoas em situação de foragidas. Autoridades ressaltam a importância da operação para a integridade das licenças ambientais, um tema que gera crescente preocupação na sociedade, dada a relevância da preservação ambiental em tempos de crise climática.