Operação da PF envolve deputados e reforça discurso de autonomia no governo, enquanto acusações de desvio de recursos intensificam debate político no Brasil.

Recentemente, a operação batizada de “Galho Fraco” liderada pela Polícia Federal (PF) voltou a acender acalorados debates sobre a autonomia da instituição, ao investigar desvios de recursos públicos relacionados às cotas parlamentares. Esta ação já impactou diretamente membros do Partido Liberal (PL), como os deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, levando o governo a reforçar a ideia de independência da PF frente às gestões anteriores.

Aliados do governo, especialmente do Partido dos Trabalhadores (PT), estão utilizando essa operação para argumentar que as investigações demonstram uma apuração imparcial, que não distingue entre oposição e aliados. Jilmar Tatto, vice-presidente nacional do PT, destacou que as ações consecutivas em dois dias demonstram que a PF está funcionando como um verdadeiro órgão de Estado, desprovido de interferências políticas. Essa percepção é vista como uma oportunidade para evidenciar que, sob administrações petistas, a polícia tem liberdade para investigar qualquer indício de irregularidade, sem olhar para quem é o alvo.

Dentro do PT, a análise do impacto da operação sugere que ela pode ter desgastado a candidatura de Flávio Bolsonaro no Rio de Janeiro, ao mesmo tempo que confirma a narrativa governista de que a PF opera de maneira autônoma e independente. Essa estratégia foi rebatida inclusive pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que todas as pessoas, independentemente de sua proximidade, devem ser investigadas. Lula enfatizou que sua gestão permite que a PF trabalhe sem obstruções, mostrando assim que a autonomia da instituição está intacta.

As reações ao longo da operação foram intensas, especialmente quando a PF apreendeu cerca de R$ 400 mil em um endereço vinculado a Sóstenes, que justificou a quantia não depositada como um “lapso” devido à agitação do trabalho cotidiano. Por outro lado, Carlos Jordy, também envolvido nas investigações, se manifestou publicamente, alegando ser vítima de perseguição e ressalvando que a empresa citada nas apurações é utilizada por seu gabinete desde o início de seu mandato.

Dessa forma, o cenário político brasileiro se torna cada vez mais complexo, com os recentes desdobramentos colocando em evidência não apenas a atuação da Polícia Federal, mas também as tensões internas e externas que marcam a dinâmica entre governo e oposição. As repercussões de “Galho Fraco” estão longe de se esgotar, prometendo um futuro desafiador para os envolvidos e uma análise mais crítica da autonomia das instituições públicas.

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