Na última terça-feira (4), o Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou, 11 pessoas na ‘Operação Cartola’, suspeitas por prática de crimes relacionados à manipulação de resultados de jogos do Campeonato Paraibano de Futebol. Dentre os denunciados estão o árbitro Francisco Carlos do Nascimento, o Chicão, e o empresário Alex Fabiano.
O grupo foi dividido em duas denúncias, que foram distribuídas à 4ª Vara Criminal de João Pessoa. A primeira denúncia tem como alvo oito pessoas (entre elas os principais dirigentes do Botafogo Futebol Clube) e a segunda, contra três pessoas (entre elas o presidente do Campinense). Elas são acusadas por supostamente praticar ilícitos, como fraudes em documentos, em sorteios dos árbitros a serem escalados nas partidas dos jogos e na própria arbitragem para beneficiar seus clubes.
O árbitro Francisco Carlos do Nascimento afirmou estar tranquilo quanto à denúncia e se mostrou surpreso, já que o Ministério Público o havia isentado na denúncia de 17 pessoas em junho.
“Fiquei sabendo. Estou tranquilo porque não tem nenhum fato novo. É aquilo que foi lá atrás, que o próprio Ministério Público me absolveu. Não tem nada de novo, é a mesma coisa. Um promotor ofereceu a denúncia, a Justiça vai ver se acata ou não. Mas não tem nada, é a mesma coisa do passado. Estou bem tranquilo. Falei com os advogados, que falaram para eu ficar tranquilo, que não tem nada, é a mesma coisa lá de trás. Infelizmente, às vezes, nós estamos acompanhando o que vem acontecendo no país na justiça, uma pessoa diz uma coisa, outra diz outra. E aí quem se prejudica é quem está em uma situação dessa. Fui absolvido lá atrás pelo próprio Ministério Público de lá. Agora um promotor ofereceu a denúncia e a Justiça ainda nem aceitou. Estou tranquilo. Agora é aguardar para quando for chamado, levar as mesmas coisas que levei da outra vez”.
“Eu estava muito tranquilo porque quando fui dar o depoimento lá em João Pessoa para o Dr. Lucas de Sá. Falei toda a verdade que aconteceu. Ele até me falou ‘Alex, um dos caras que veio aqui e fez o depoimento, que a gente sabe que falou a verdade, foi você’. Se você perceber, dar uma olhada no primeiro resultado do inquérito que saiu, o meu nome não saiu. Ele falou que talvez eu fosse chamado para ser uma testemunha no processo do julgamento, alguma coisa assim. E ontem chegue de viagem e fui pego de surpresa porque incluíram meu nome de novo. Eu até entrei em contato com o doutor. Lucas de Sá porque meu nome não estava no dos que foram indiciados. Ele falou que está de férias e até ele não sabia do fechamento da operação para o Ministério Público. E aí colocaram meu nome. Já passei para os meus advogados, que vão analisar e acompanhar o processo. Vamos ver o que vai acontecer”, disse o empresário.
Nesta nova denúncia, o MPPB requereu a instauração do processo penal contra os denunciados e pugnou pela destituição de todos os réus que ocuparem cargos no Botafogo Futebol Clube e no Campinense.
Além de oferecer mais duas denúncias relacionadas à ‘Operação Cartola’, o MPPB também pediu o arquivamento dos dois inquéritos policiais instaurados para apurar a participação de dirigentes de outros dois clubes profissionais no esquema criminoso: o Sousa Esporte Clube e Treze Futebol Clube. Segundo o Gaeco, as investigações não demonstraram a materialidade dos crimes apontados e as ilações feitas nos inquéritos policiais trouxeram apenas evidências de autoria, sendo incapazes de motivar uma denúncia ministerial contra os indiciados.
Quatro inquéritos policiais foram instaurados para investigar a participação de clubes profissionais no esquema criminoso de manipulação de resultados de jogos do Campeonato Paraibano: o Treze, o Botafogo da Paraíba, o Sousa e o Campinense. As investigações resultaram no oferecimento de mais duas denúncias (uma relacionada à participação de dirigentes do Botafogo e outra, contra o principal dirigente do Campinense) e no pedido de arquivamento dos inquéritos contra dirigentes do Sousa e do Treze.
Denunciados
- José Freire da Costa (‘Zezinho Botafogo’, presidente do Botafogo-PB)
- Guilherme Carvalho do Nascimento (‘Novinho’, vice-presidente do Botafogo-PB)
- Francisco de Sales Pinto Neto (diretor do Botafogo-PB)
- Alexandre Cavalcante Andrade Araújo (procurador do Botafogo-PB)
- Breno Morais Almeida (dirigente do Botafogo-PB)
- Alex Fabiano dos Santos
- José Renato Albuquerque Soares
- Tarcísio José de Souza
- José William Simões Neto (William Simões, principal dirigente do Campinense)
- Danilo Ramos da Silva
- Francisco Carlos do Nascimento
* Por Maysa Alves – estagiária sob supervisão – 05/09/18