Operação Carbono Oculto: Força-tarefa investiga esquema do PCC que sonegou R$ 7,6 bilhões na cadeia de combustíveis em oito estados

Uma vasta operação realizada por uma força-tarefa nacional, composta por 1.400 agentes, mobilizou-se nesta quinta-feira, 28 de setembro, para cumprir mandados em oito estados brasileiros. A ação está ligada a um complexo esquema criminoso associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que atuava no setor de combustíveis. De acordo com informações da Receita Federal, mais de 350 alvos, incluindo empresas e pessoas físicas, são alvo de investigações por crimes que vão desde fraudes fiscais até lavagem de dinheiro, com impactos ambientais alarmantes. Os investigadores estimam que o grupo tenha sonegado alarmantes R$ 7,6 bilhões em tributos.

As apurações apontam que a organização criminosa utilizava uma rede diversificada, que incluía distribuidoras de combustíveis, postos de gasolina, fintechs e fundos de investimento para movimentar grandes somas de dinheiro de forma ilegal. Entre os anos de 2020 e 2024, cerca de R$ 52 bilhões teriam transitado por esse esquema, que também está vinculado à importação ilícita de produtos químicos empregados na adulteração de combustíveis. O resultado disso tudo se reflete diretamente no consumidor, que muitas vezes acaba pagando por combustíveis de qualidade inferior ou em quantidades menores do que o registrado nas bombas de abastecimento.

Além da Operação Carbono Oculto, que se concentra no setor de combustíveis, a Polícia Federal lançou ainda as operações Quasar e Tank, realizadas em São Paulo e no Paraná, especificamente voltadas ao rastreamento de recursos financeiros associados ao PCC. Essas investigações estão interconectadas e, juntas, já resultaram no bloqueio de bens que ultrapassam a cifra de R$ 1 bilhão. Essa intervenção atingiu mais de 250 empresas e dezenas de indivíduos suspeitos de estarem ligados a esse esquema criminoso.

A magnitude dessa operação revela não apenas a complexidade das ações do crime organizado, mas também a determinação das forças de segurança em desmantelar redes que prejudicam a economia e a saúde pública. A esperança é que, com a continuidade das investigações, o impacto desses crimes possa ser reduzido e, futuramente, prevenido.

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