Em um comunicado oficial, António Guterres, o secretário-geral da ONU, destacou que a organização está pronta para vacinar mais de 640 mil crianças palestinas, com idade até 10 anos, contra essa doença altamente contagiosa. Segundo Guterres, 1,6 milhão de doses da vacina foram disponibilizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A campanha de vacinação tem previsão para começar entre o final de agosto e início de setembro.
“A poliomielite não respeita fronteiras e não espera. Prevenir e conter a propagação da poliomielite requer um esforço enorme, coordenado e urgente”, enfatizou Guterres, reforçando a necessidade de uma trégua humanitária para realizar essa importante ação de saúde pública. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, também endossou a proposta, destacando a importância das pausas humanitárias para a entrega de vacinas que salvam vidas.
“Pausas humanitárias são vitais para que as vacinas cheguem a todas as crianças necessitadas. Solicitamos que todos os envolvidos implementem pausas humanitárias de sete dias durante cada etapa da campanha. Em última análise, a melhor vacina para todas as crianças em Gaza é a paz”, afirmou Tedros em um comunicado.
Essa tentativa de interrupção temporária das hostilidades para combater a poliomielite ocorre paralelamente a outros esforços diplomáticos que visam encontrar uma solução pacífica para o conflito, que já se estende por mais de 10 meses. Nesta semana, mediadores do Catar, Estados Unidos e Egito se reuniram em Doha com representantes israelenses para discutir a paz na Faixa de Gaza. Apesar do otimismo expresso na declaração conjunta divulgada pelos três países após o encontro, o clima pós-reunião foi de indefinição.
A delicada situação humanitária na Faixa de Gaza continua a ser uma preocupação global, e a iniciativa da ONU representa uma tentativa crucial de fornecer proteção vital às crianças da região, em meio a um conflito prolongado que coloca em risco a vida de milhares de civis.