Durante suas declarações, Guterres reiterou suas preocupações com o desenvolvimento de armamentos autônomos letais, que operam sem supervisão humana. Ele defendeu que é imperativo estabelecer um instrumento jurídico específico que regule esta questão, idealmente a ser adotado no próximo ano. Segundo ele, enquanto o mundo ainda convive com as ameaças das armas nucleares, todas as decisões relacionadas ao seu uso devem permanecer nas mãos de seres humanos e não serem delegadas a sistemas autônomos.
Guterres enfatizou que a inteligência artificial não deve facilitar o acesso a armas proibidas nem comprometer os esforços globais de desarmamento. A proteção da integridade da informação em contextos de conflito e instabilidade também foi abordada pelo secretário-geral. Ele pontuou a necessidade de uma colaboração efetiva entre as esferas da governança, da mídia e da sociedade civil para enfrentar os desafios impostos pelas tecnologias de desinformação, como deep fakes, que podem comprometer processos políticos e de paz.
O discurso de Guterres reflete uma crescente preocupação global sobre os impactos éticos e legais do uso da inteligência artificial em operações militares. À medida que a tecnologia avança, as implicações para a paz e a segurança internacionais tornam-se mais complexas, exigindo um debate sério e a elaboração de políticas robustas para garantir que o progresso tecnológico não comprometa os direitos fundamentais ou os esforços de desarmamento. Com a urgência das questões abordadas, a comunidade internacional se vê diante do desafio de equilibrar inovação com responsabilidade.