O diretor da HRW para Israel e Palestina, Omar Shakir, condenou os ataques direcionados a civis realizados pelos combatentes palestinos, mas também enfatizou a “punição coletiva” imposta à população de Gaza pelas forças israelenses. Para Shakir, essas ações são crimes hediondos e injustificáveis. Ele ressalta ainda que enquanto os direitos humanos e a responsabilidade não forem considerados, os ataques ilegais e a repressão sistemática continuarão na região.
O relatório da HRW também destaca as décadas de repressão sistemática do Estado de Israel ao povo palestino, especialmente a partir de 2007, quando o Hamas assumiu o controle de Gaza, que desde então vive em situação de cerco. A organização ressalta que o aparente direcionamento deliberado de civis por parte dos grupos armados palestinos, os ataques indiscriminados e a tomada de civis como reféns configuram crimes de guerra de acordo com a lei humanitária internacional. Além disso, as medidas punitivas impostas pela autoridade israelense à população civil de Gaza, como o corte do fornecimento de eletricidade, são consideradas punição coletiva ilegal, também caracterizada como crime de guerra.
A HRW destaca ainda que os palestinos têm enfrentado uma repressão sem precedentes ao longo de 2023, principalmente na Cisjordânia ocupada, onde o número de mortes causadas pelas forças israelenses nos nove primeiros meses do ano foi o maior desde 2005. Além disso, a organização destaca que o número de palestinos presos por Israel sem julgamento ou acusações formais em outubro é o maior em três décadas.
Para Shakir, é crucial que haja punição para os abusos graves cometidos e que isso seja um aprendizado a partir das escaladas anteriores. Nesse sentido, ele lembra que em 2021 uma investigação formal foi aberta no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, sobre os crimes cometidos na Palestina, e solicita que o TPI acelere o andamento desse processo.
A situação no Oriente Médio é extremamente delicada e exige uma atenção internacional imediata para evitar mais violações dos direitos humanos e mais derramamento de sangue de civis inocentes. É fundamental que haja um comprometimento sério das partes envolvidas para buscar soluções pacíficas e justas para a população de Gaza e para toda a região. A comunidade internacional não pode mais ignorar a necessidade de respeito aos direitos humanos e à responsabilização pelos crimes cometidos.