La Niña é um fenômeno caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial, o que afeta ventos, pressão atmosférica e as chuvas. De acordo com o meteorologista Angel Domínguez Chovert, do Cempa da Universidade Federal de Goiás, este La Niña deve ser de fraca intensidade, com pouca influência nas anomalias de temperatura e precipitação.
Apesar de não apresentar grandes impactos, o meteorologista aponta que o fenômeno está associado a uma diminuição das precipitações na região Sul, redução das temperaturas no Sudeste, e um aumento significativo das chuvas no Norte e Nordeste do país. Em 2023, foram observadas anomalias positivas de precipitação no Sudeste e parte do Centro-Oeste, o que pode ser influenciado pelo La Niña.
No âmbito da agricultura, o La Niña não deverá ter um impacto drástico neste ano, mas os efeitos regionais podem ser significativos. O professor Eder Stolben Moscon, da Universidade Católica de Brasília, alerta para secas no Sul que podem afetar culturas como trigo, cevada e aveia, e para chuvas excessivas no Nordeste que podem prejudicar as plantações.
Entre os possíveis impactos do La Niña na agricultura estão a redução da produtividade de culturas como soja, milho e trigo, além de riscos para a pecuária devido à escassez de água e aumento de doenças nos animais. O professor Moscon também destaca consequências indiretas, como racionamento de água, incêndios florestais, poluição do ar, problemas de saúde e impactos no turismo rural.
Portanto, é importante que os setores relacionados à agricultura e às atividades rurais estejam atentos e preparados para lidar com os possíveis impactos do La Niña nos próximos meses, considerando as previsões da meteorologia e se preparando para enfrentar os desafios que essa alteração climática pode trazer.