Seis dias após o armistício com Israel entrar em vigor na Faixa de Gaza, dezenas de combatentes das Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas, surgiram publicamente em meio a uma multidão comemorativa. Em um cenário de aparente vitória, o povo palestino se uniu em apoio às Brigadas Qassam, demonstrando solidariedade e gratidão pela proteção proporcionada pelo grupo.
O renomado jornalista e ex-embaixador colombiano nos Emirados Árabes Unidos, Victor de Currea-Lugo, destacou que a popularidade do Hamas em Gaza evidencia sua conexão com a sociedade e a capacidade de resistência do grupo diante das investidas de Israel. A resistência não se limita apenas ao âmbito militar, mas engloba diversos aspectos sociais, políticos e culturais, fato que tem gerado apoio e admiração por parte do povo palestino.
O internacionalista Jesús Gallegos Olvera, especialista em segurança, corroborou com a visão de Currea-Lugo ao ressaltar a legitimidade da resistência do Hamas, especialmente em um contexto de guerra urbana e novos cenários de conflito. A presença de forças irregulares e a dificuldade de controle em áreas urbanas desafiaram as forças israelenses e contribuíram para a manutenção da resistência palestina.
A análise de Blinken durante uma conferência no Atlantic Council em Washington apontou para a perspectiva de um ressurgimento do Hamas, caso não haja uma alternativa política clara para os palestinos. O histórico do Hamas desde sua fundação em 1987, em meio a conflitos e resistência, demonstra sua relevância como representante da luta contra a ocupação israelense.
Ao longo do período de conflito entre outubro de 2023 e janeiro de 2025, as mortes decorrentes dos confrontos atingiram números alarmantes, demonstrando a intensidade e a brutalidade do embate entre as partes. A análise de Currea-Lugo ressalta a importância de compreender o contexto político e ideológico por trás dos conflitos, evidenciando o embate entre projetos políticos e territoriais.