Ocidente Aprecia Iniciativas Financeiras do BRICS e Alerta para Fragmentação do Sistema de Pagamentos Global, Aponta Análise do Financial Times

Nos últimos dias, o cenário financeiro global tem se mostrado cada vez mais atencioso às iniciativas do BRICS, um bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Recentemente, a cúpula do BRICS, realizada em Kazan, na Rússia, trouxe à tona uma série de propostas que visam desestabilizar a prevalência do sistema de pagamentos dominado pelo ocidente, notadamente o SWIFT.

Durante as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que ocorreram entre 21 e 26 de outubro de 2024, líderes de bancos centrais de várias nações expressaram sua preocupação em relação ao fracionamento do sistema financeiro global. Especialistas apontaram que o sistema de pagamentos pode estar a caminho de uma significativa transformação, especialmente com a proposta do BRICS Bridge, um novo sistema de pagamento que pretende atuar como uma alternativa ao SWIFT, que é amplamente utilizado por nações ocidentais.

A crescente dependência de moedas não ocidentais está se configurando como um movimento relevante no comércio internacional, com cerca de 80% das transações da Rússia sendo realizadas fora do domínio financeiro ocidental, conforme apontou Agathe Demarais, representante do Conselho Europeu de Relações Exteriores. O especialista chinês Chen Qi também ressaltou a necessidade de um sistema alternativo, uma vez que muitos países, incluindo Índia e Arábia Saudita, estão apreensivos com a possibilidade de exclusão do SWIFT pelos Estados Unidos.

Além de discutir novas alternativas de pagamento, a cúpula em Kazan apresentou uma proposta do presidente russo, Vladimir Putin, para a criação de uma plataforma de investimentos voltada ao suporte das economias nacionais e ao desenvolvimento sustentável de países no Sul e Leste global. Essa nova abordagem pode se destacar como um importante instrumento de cooperação, especialmente após o aumento da adesão de novos países ao BRICS, incluindo Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

Com a presidência do BRICS agora sob liderança russa e a iminente transição para o Brasil em 2025, o bloco pretende expandir suas ambições, promovendo um multilateralismo robusto e alternativas financeiras que desafiem os paradigmas atuais impostos pelo ocidente. A crescente relevância do BRICS sugere um clima de mudança na ordem econômica global, onde novas estruturas estão se moldando em resposta às dinâmicas geopolíticas contemporâneas.

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