Recentemente, o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo Leite, anunciou que há uma nova expectativa para a conclusão das obras, com previsão de retomada no segundo semestre de 2025. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve, em reunião marcada para 4 de dezembro, aprovar a abertura de uma nova licitação internacional para a finalização do projeto, que deverá custar cerca de R$ 23 bilhões. Leite é cauteloso em relação aos prazos, afirmando que acredita que a usina poderá ser entregue à população até o final do segundo semestre de 2030 ou início de 2031.
Atualmente, aproximadamente 67% da construção já está concluída, com mais de 12 mil equipamentos adquiridos, representando 80% do total necessário para a operação da usina. No entanto, o custo de manutenção desses materiais e a folha de pagamento para o pessoal envolvido na obra totalizam R$ 220 milhões por ano, sem contar os encargos financeiros que adicionam outros R$ 720 milhões anuais à conta, o que eleva os gastos anuais para quase R$ 1 bilhão, mesmo enquanto a obra permanece parada.
Uma vez concluída, Angra 3 terá capacidade de gerar 1.405 megawatts, suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas anualmente. O complexo representará 3% da produção elétrica nacional e 60% do consumo do estado do Rio de Janeiro. Em meio a esses desafios, o Brasil se propõe uma meta arrojada: acrescentar 14 gigawatts de energia nuclear à sua matriz até 2050, o que dependerá da parceria entre o setor público e a iniciativa privada, além de um novo marco regulatório.
O futuro da energia nuclear no Brasil ainda é incerto, mas a retomada das obras de Angra 3 é um passo crucial em direção a uma matriz energética mais diversificada e sustentável.