O encontro inesperado: Verinha, a menina serelepe, se transforma em uma bela cisne branca e conquista o coração de Beto



Verinha era uma menina cheia de alegria e felicidade. Seu espírito brincalhão a fazia gostar de jogar ximbra, pião e rouba-bandeira. Ninguém corria mais rápido do que ela, escalando as amendoeiras, jaqueiras e goiabeiras ao redor. Na praia, usando um maiô apertado, era a líder das meninas, embora preferisse jogar futebol com os garotos. Ninguém conseguia superá-la na água, pois nadava com braçadas rápidas e contínuas, deixando todos para trás. Todos no bairro adoravam aquela travessa diabinha que vivia para brincar, correr e sorrir.

Certo dia, Verinha pediu ajuda à mãe para se arrumar. Ela queria ficar bonita, já que estava se tornando uma moça, com seus seios crescendo. Tinha sido convidada para uma festa muito especial. Um rapaz do bairro havia sido aprovado no difícil vestibular do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). O jovem Humberto conquistou um sonho que todos almejavam naquela época. A família de Beto decidiu organizar uma festa de despedida em sua bela casa. Apesar da despedida, a animação foi o ponto alto. Todos se divertiram, beberam e comemoraram até o amanhecer.

Verinha usava um vestido rodado bem ajustado, controlando sua vontade de correr e bagunçar naquela mansão. Ela queria parecer uma moça madura. Mas Verinha tinha uma paixão infantil por Humberto. Quando estavam na praia, ela corria em sua direção para chamar sua atenção, mas ele nem percebia sua existência. Às vezes, durante uma brincadeira, ele a chamava de menininho, provocando a raiva de Verinha. Mas paixões não podem ser evitadas, pois são coisas do coração. Verinha sonhava em ser uma artista de cinema nos seus devaneios românticos, imaginando Beto abraçando-a e dizendo que a amava, vivendo felizes para sempre.

No dia da festa, Verinha se arrumou bonita, mas sua aparência magra e desajeitada não ajudou. Ela ficava perto de Beto, esperando que ele a notasse ao menos uma vez. Em certo momento, ele a chamou. Verinha se aproximou toda animada, mas Beto nem olhou para ela. Ele apenas a apresentou a um menino de 12 ou 13 anos e disse para eles brincarem de pega-pega juntos. Verinha não aguentou, sentiu-se humilhada. Ela revidou imediatamente, dizendo que não era mais uma criança e se recusou a brincar com o garoto. Beto debochou de Verinha, chamando-a de menina e dizendo que ela ainda não havia deixado de fazer xixi nas calças. Verinha ficou furiosa e gritou, mandando ele ir para o inferno e desejando que ele caísse de um avião e morresse.

A menina saiu correndo, contendo as lágrimas até chegar em casa. Sua mãe notou que ela voltava mais cedo e perguntou o que havia acontecido. Verinha apenas disse boa noite e foi para seu quarto. Ela só conseguiu adormecer quando o dia clareou, chorando a noite inteira ao som das músicas da festa, pensando na grosseria de Beto e na saudade que sentiria dele, já que ele embarcaria naquela manhã para São José dos Campos.

Para Beto, o ano seguinte não passou rápido. O tempo só passa rápido quando existem apenas diversão e alegria. Para ele, foi um ano de muito esforço, estudo e dedicação. Com notas razoáveis, ele passou em primeira época. Ele retornou a Maceió de férias, quase um ano depois, no final de dezembro. Sua chegada foi marcada por outra festa. Seus pais convidaram amigos e vizinhos, com muitas bebidas e comidas. Beto estava feliz em estar com sua amada família e ser o centro das atenções de tantos amigos. De repente, ele notou ao longe uma bela jovem de vestido branco. Ela estava de costas, então o rosto não era visível, mas seu perfil era familiar. Beto chamou sua irmã e perguntou quem era a distinta moça. Rose riu e perguntou se ele estava completamente certo de que não a conhecia. Rose se aproximou da jovem misteriosa, cochichou algo em seu ouvido e a conduziu em direção a Beto. Quando ele a viu de frente e de perto, ficou encantado. Seu coração batia forte, como nunca havia batido antes, por ninguém. Rose apresentou a garota, sorrindo.

Fascinado pelos olhos penetrantes e ternos da jovem, Beto estendeu a mão e se apresentou com gentileza. A jovem apertou a mão delicadamente e sorriu, se apresentando como Bostinha. Beto imediatamente reconheceu Verinha e percebeu que o patinho feio havia se transformado em um lindo cisne branco. Os dois passaram o resto da noite conversando. No final da semana, já estavam namorando, de mãos dadas no banco da praça. Era o começo de uma linda paixão, com o sol, o céu e o sal de Maceió como testemunhas.

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