O empresário Mauro Cid permaneceu mais de 6 horas nas instalações da Polícia Federal.



No último dia 25 de novembro, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, compareceu à sede da Polícia Federal, em Brasília, para prestar depoimento no âmbito do inquérito que investiga o hacker Walter Delgatti. O militar foi intimado a depor por conta da invasão aos sistemas do Poder Judiciário e por um suposto plano para descredibilizar as urnas eletrônicas.

Mauro Cid chegou à Superintendência da PF por volta das 14h e ficou lá por aproximadamente 6 horas, saindo às 20h15. Segundo o advogado Cezar Bitencourt, responsável pela defesa do tenente-coronel, o depoimento durou duas horas. No entanto, Bitencourt reclamou de um problema técnico no sistema de informática da Polícia Federal, o qual o impediu de ter acesso aos autos e teria sido o motivo da demora. O advogado não revelou os detalhes do depoimento de Cid.

Vale ressaltar que esta foi a primeira vez que o tenente-coronel prestou depoimento à PF após trocar de advogado pela terceira vez. Logo que assumiu a defesa, Bitencourt afirmou que Cid atribuiria a Bolsonaro a ordem para a venda de um relógio Rolex recebido em uma viagem oficial.

Além disso, há suspeitas de que Mauro Cid tenha presenciado uma conversa entre Walter Delgatti e o ex-presidente Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em agosto de 2022. Delgatti, conhecido como “hacker da Vaza Jato”, está preso desde o início de agosto e relatou esse episódio à Polícia Federal. Segundo seu depoimento, ele foi contratado pela deputada Carla Zambelli para buscar vulnerabilidades no sistema eleitoral do país, e a parlamentar o teria levado para uma reunião com Bolsonaro, que não consta na agenda oficial do Planalto. Delgatti afirmou que o ex-presidente lhe perguntou se era possível invadir as urnas, mas o plano não avançou.

Mauro Cid atualmente está preso há 115 dias no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília. A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, como parte de uma investigação da Polícia Federal relacionada a fraudes no Sistema Único de Saúde (SUS), envolvendo a emissão de certificados de vacinação contra a Covid-19.

Na última semana, Bitencourt informou que seu cliente pretendia prestar um novo depoimento, assumindo as negociações para a revenda do relógio Rolex. O militar estaria disposto a dizer que seguiu as determinações de Bolsonaro e inclusive devolveu a ele o valor recebido pela joia. Vale destacar que este encontro ocorrido entre o advogado e o ministro Alexandre de Moraes teve como objetivo apresentar o novo defensor e demonstrar a colaboração do cliente nas investigações, mesmo sem qualquer acordo de delação premiada planejado.

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