O destaque da visita foi a ampliação do Programa Caminhos Amefricanos, uma iniciativa de intercâmbio entre países latino-americanos e africanos para estudantes e professores de licenciatura. Os memorandos firmados com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Moçambique, a Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo) e a Universidade Púnguè (Uni-Púnguè) visam promover a disseminação de conhecimento sobre a História e Cultura africana, em especial de Moçambique, assim como da história afro-brasileira. Além disso, prevê-se a realização de intercâmbios técnicos e culturais, seminários e capacitações para promover a igualdade racial nos países envolvidos.
A ministra ressaltou a importância dessa parceria, afirmando que “um país que tem memória não repete seus erros”. Ela destacou que há seis anos não havia esse tipo de intercâmbio e acredita que essa iniciativa terá mais adesão de outros países africanos, já que iniciou com Moçambique, Cabo Verde e Colômbia, e agora também está em negociação com a África do Sul e Angola.
Durante sua estadia em Joanesburgo, Anielle Franco teve a oportunidade de se reunir com Graça Machel, ativista histórica pelos direitos humanos na África do Sul e ex-esposa do líder Nelson Mandela. Juntas, elas visitaram o bairro de Soweto, conhecido por sua resistência e luta contra o apartheid no país. Além disso, a ministra teve reuniões no Parlamento da África do Sul, com o Mecanismo Africano de Revisão por Pares e com líderes políticas femininas da região.
A ministra continuará acompanhando a comitiva do presidente Lula em suas visitas à Angola e São Tomé e Príncipe ainda esta semana. Essa é a primeira vez que Anielle Franco visita o continente africano e sua presença na Cúpula dos Brics reforça o compromisso do governo brasileiro em fortalecer as relações com os países africanos e promover a igualdade racial.