Número de barragens de mineração a montante reduziu em 29,7% desde tragédia em Brumadinho, aponta levantamento do Ibram.

O Brasil tem apresentado avanços significativos no que diz respeito à segurança das barragens de mineração. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) revelou que o número de barragens que utilizam o método de alteamento a montante no país diminuiu em quase 30% desde a tragédia em Brumadinho, Minas Gerais, em janeiro de 2019.

A tragédia em Brumadinho foi um divisor de águas nesse cenário, causando a morte de 272 pessoas e gerando um grande impacto ambiental. Como resposta a esse desastre, leis foram aprovadas proibindo o uso desse método de construção de barragens. Desde então, as mineradoras foram obrigadas a iniciar um processo de eliminação dessas estruturas, o que resultou na redução significativa do número de barragens a montante no país.

O levantamento do Ibram, baseado em dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), mostrou que em fevereiro de 2019 havia 74 barragens a montante no Brasil. Em abril de 2024, esse número caiu para 52, indicando uma redução de 22 barragens. O gráfico que ilustra esses dados demonstra uma tendência de queda ao longo do período analisado, com uma pequena exceção entre agosto e dezembro de 2022.

De acordo com o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, a variação no número de barragens durante esse período não ocorreu devido à criação de novas estruturas a montante, uma vez que isso estava proibido. Ele explicou que a elevação temporária se deu devido à aplicação de normas mais rígidas, que levaram à reclassificação de algumas barragens.

É importante ressaltar que a eliminação das barragens a montante está sendo realizada por meio de um processo de descaracterização, que envolve intervenções para que a estrutura deixe de ter as características de uma barragem. As mineradoras também devem promover a revegetação das áreas, reintegrando-as ao meio ambiente.

Segundo o Ibram, o setor da mineração investirá mais de R$ 30 bilhões nesse processo de descaracterização. Além disso, as empresas têm buscado alternativas tecnológicas para lidar com os rejeitos, como os processos de filtragem e empilhamento a seco, e o aproveitamento dos rejeitos na construção civil.

Após a tragédia em Brumadinho, a fiscalização das barragens foi intensificada, levando à classificação de algumas estruturas em níveis de emergência. O monitoramento dessas barragens é feito 24 horas por dia, e as mudanças na legislação garantiram mais segurança. Em Minas Gerais, o Ministério Público e a ANM têm acompanhado de perto a situação das estruturas, e a população pode obter informações atualizadas por meio de aplicativos como o Prox.

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